O mentiroso é um farsalhão a mentira é uma farsa grande
De pouco mérito mentira é palhaçada ato burlesco uma
Farsada infeliz de quem vive na farsa que tem o destino
Como uma peça burlesca de teatro faz da vida um ato
Ridículo próprio da farsa da coisa de pantomima mesmo
Que o fim seja negro um berço escuro sujo de carvão
Coberto de fuligem o próprio farrusco a verdade estiver
Escondida lá atrás dela teremos que ir até a encontrar a
Verdade não é ferrugenta corta mais do que a espada
Imprestável na nossa face não pode se passar por um
Chanfalho no nosso rosto não pode ser uma máscara no
Nosso semblante carranca nem na nossa cara farrusca
A verdade é grande não é pequena tal qual um farroupo
Um porco que não tem um ano foi justamente atrás da
Verdade que surgiu a revolução federalista gaúcha de
1835 foi ao procurá-la que o farrapo foi à guerra foi a
Verdade que deu viva à farroupilha fez do farroupa
Indivíduo que se passava por miserável desprezível
Mendigo menção de herói nacional a mentira é frágil
Dum lado igual ao farro o bolo de farinha de trigo
Doutro grossa tal o caldo grosso de cevada ao
Debochado amigo de pândegas boêmio farrista
Poucos dão crédito nos dias de hoje verdade então
Aquém aqui ali além apareça sem desdém que seja
Vinda do farricoco pessoa que usava hábito capuz
Para acompanhar enterros tomar parte em procissões
Do fárreo bolo de farinha de trigo o primitivo bolo
De noiva que em Roma simbolizava casamento a
Verdade é para acabar com o farrear da mentira em
Nossos corações quem fica a descomedir-se
Moralmente em patuscadas no fim vira um trapo um
Molambo humano pessoa que mais parece pedaço de
Roupa esfarrapada não é o digno revolucionário gaúcho
Do período regencial minha gente já dizia a minha avó
Mentira é farraparia falsidade é farrapagem ilusão é
Mulambaria a ira é que nos faz esfarrapar a nossa
Fardagem é o ódio que vem farrapar a nossa consciência
Só que não se preocupa com a consciência é o fascíola o
Verme achatado da classe dos Trematódeos que se
Encontra sobretudo nos canais biliares do carneiro a
Espécie de plantas criptogâmicas a fasciolária gênero de
Conchas univalves fusiformes pois quem não as têm
Não se encontrará nem com a fasciotomia a incisão
Cirúrgica da fáscia ou aponevrose a humanidade
Desde dos fastos desde dos anais registros públicos de fatos
Obras memoráveis desde o calendário da Roma Antiga
Que continha os dias fastos os nefastos procura a felicidade
O conhecimento desvendar todos os mistérios
Aquele que gosta de luxo é arrogante pomposo farto em
Todo o seu físico fartuoso no vestir fartos no andar
No sorrir não passa duma fataça uma tainha grande
Acabará com certeza numa frigideira de gordura quente
A ferver depois será servido cada fatacaz cada pedaço
Cada fatia grande aos famintos sem o milagre da
Multiplicação de peixe pão a felicidade agora meu
Povo é improrrogável não é a verdade que acarreta
Desgraças não é o falso que é nocivo funesto é a
Verdade que tem de ser irrevogável a qual teimo com
Ela determinado pelo fato de que é a mentira
Que é fatal para a raça humana é a fatalidade o que nos
Causará a falta da verdade é o acontecimento funesto a
Desgraça o fatalismo o próprio do sistema dos que tudo
Atribuem à fatalidade ou ao destino a negar o livre-arbítrio
A mentira sim é que e fatalista e o homem deve
Ser criador inventivo fértil fecundo de grandes de boas
Ideias para justamente com tanta busca de fecundidade
Abundância grande produção faculdade reprodutora
Facilidade de proliferação de obras de todos os tipos a afastar
Da arte a densidade conjuntural estrutural da mentira