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sábado, 28 de junho de 2014
Coitada da Presidenta Dilma Vana Rousseff; BH, 0280602014; Publicado: BH, 0280602014.
Coitada da Presidenta Dilma Vana Rousseff
Praticamente não existe na velha mídia se
Depender da velha mídia do PIG o povo
Fica sem saber o que pensa a Presidenta
O que sente qual a opinião deu a respeito
Dum jogo tão sofrido quanto o jogo
De hoje entre Brasil Chile a velha mídia
Venal faz questão de ignorar a nossa
Presidenta com uma falta de respeito
Uma falta de educação uma má vontade
Que não há justificativas em lugar algum
Quem é que não gostaria de saber onde
A Presidenta viu o jogo? com quem viu
O jogo? o que pensou a respeito do
Jogo? como torceu? sofreu? sentiu a dura
Batalha do Brasil dentro de campo contra o
Chile? sinto-me indignado com a covardia
Dos meios de comunicação do país o
Tratamento dispensado contra a Presidenta
Dilma Vana Rousseff também é uma forma de
Violência preconceito contra a mulher
Brasileira o Brasil nunca fará justiça de
Fato nunca combaterá de verdade a
Violência contra as mulheres enquanto
Os meios oficiais permitir uma agressão
Tão vergonhosa contra a primeira mulher
Eleita legitimamente para a Presidência
Da nação nos tempos de guerras de George
Bush no Iraque todo dia Bush invadia a
Minha tela de TV inclusive a orar antes de
Despejar toneladas de bombas no povo
Iraquiano assassinos sanguinários a
Metralhar civis têm vagas garantidas no
Horário nobre já a nossa guerreira da paz
Que quer preservar vidas gerar empregos
Moradias distribuir renda garantir saúde
Educação segurança solidariedade não
Encontra nos veículos de informação o mesmo
Espaço dedicado aos facínoras genocidas
Deixa estar Presidenta Dima Vana Rousseff o
Povo trabalhador brasileiro estará do teu lado
A vontade é a de algo de ego de desumano; BH, 02905030602014; Publicado: BH, 0280602014.
A vontade é a de algo de ego de desumano
Demasiadamente desumano a de algo não normal
A vontade é a de poder de potência de Picasso
A de navegador das grandes navegações a de
Descobridor dos grandes descobrimentos
A de êxtase de geniais descobertas de invenções
A de matar por qualquer motivo fútil banal inútil
Só para aparecer plenipotenciário nas revistas
Nos jornais sensacionalistas nas televisões
Tudo que sirva para brilhar para refletir
Dum caco de espelho de emoção
Como até a vontade de morrer em horário nobre
A de ser devorado em banquetes de canibais
Se possível assistir ao vivo
Parte da degustação
Antes do fim do festim
De ganhar todo o dinheiro do mundo
Mesmo que para isso
Seja necessário gerar a maior desgraça do mundo
A maior miséria
Amaior pobreza
Com o maior número de pobres possíveis
Cada vontade é uma vontade louca de ter mais vontade
O preço a pagar é o que menos importa
A vontade de ter mesmo sem poder
A vontade de comer mesmo sem fome
De beber sem sede
A vontade de não ter dor
De não chorar
De nem sentir dó de quem sente dor
A vontade é soberana
Satisfazê-la é imperial
Esconder o bem
Propagar o mal
A vontade não tem dono
Não é a do dono
A vontade é dela só
Não é de ninguém particularmente
É de quem não tem vontade
Deixa que a vontade
Tenha vontade por outra vontade
O que a outra vontade faz?
Realiza a vontade daquele que prefere viver sem vontade
sexta-feira, 27 de junho de 2014
A verdade é que um demotucano causa um estrago danado ao Brasil; BH, 0270602014; Publicado: BH, 0270602014.
A verdade é que um demotucano causa um estrago danado ao Brasil
Olhemos o caso do Príncipe da Privataria mentor-mor da Privataria
Tucana FHC vulgo Fernando Henrique Cardoso que depois de deixar
Uma herança maldita o país teve de ser reinventado para ser
Viabilizado um novo governo o caos era tão grande o atraso que
Estávamos tão latente que os oito anos pareceram cem agora povo
Trabalhador brasileiro pensa numa chapa à eleição com dois dos piores
Demotucanos Aécio Neves José Serra pensa no que Serra junto com
Geraldo Alckmin fizeram em São Paulo é um desastre que não tem
Mais tamanho não precisaremos nem falar em metrôs trens saúde
Segurança água enchentes São Paulo levará séculos mais séculos
Para se recuperar das destruições dessas pragas daninhas Aécio
Neves não aceitará Serra de vice pois como todo bom malandro
Carioca não quererá amarrar esse peso morto no pescoço com
Serra a reboque aí sim era uma vez uma candidatura cambaleante
Forjada nos delírios das noites cariocas nos brilhos das madrugadas
Festeiras se quiser de fato fazer o nome competitivo na campanha
Aécio Neves deve se afastar desses nomes estigmatizados que tantas
Desconfianças causam ao povo pensaremos se um só demotucano
Já nos causou tanta infelicidade inclusive ao Brasil
Imagina se tivermos dois um presidente o outro vice
Empresarial Nicolau Jeha, 12; BH, 01201002012; Publicado BH, 0270602014.
Dizem os nossos mais velhos
Com as suas línguas calosas
As suas bocas tortas
Seus lábios pendentes
Que Deus nos criou à semelhança d'Ele
Não concordo
Nem discordo
Mas penso que o que nos assemelham a Deus
Se realmente temos alguma semelhança com Ele
São os livros
É a literatura
A leitura
A cultura
A escrita
Estas coisas podem nos aproximar de Deus
Até nos fazer sentir alguma semelhança
Como podemos ter semelhança com Deus
Se não sabemos falar nem a nossa língua
A linguagem dos homens?
Isso é o que às vezes me faz duvidar
Se temos alguma semelhança com Deus
Penso que Deus jamais falaria
Escreveria da maneira que falamos
Escrevemos
Deus deve pensar assim
Esses humanos são loucos
Propagam que têm a minha semelhança
Nem sabem se expressar na língua com a qual os dotei
Não leem as escrituras
Não oram dentro do padrão clássico da língua
Inda querem assemelhar-Me a eles?
São loucos
Verdadeiros loucos
Esses seres humanos
Não dou nem ouvidos a tantos disparates
A tantos assassinatos de idiomas
Não gostam de livros
Falam pelos cotovelos
Não gostam de escrever
Querem conquistar-Me
Assemelharem-se a Mim
Tenho que rir muito deles ainda
Antes de exterminá-los mais uma vez
Penso que a primeira coisa que Deus deve preservar
No papel de Deus que Ele é
É a cultura no falar
É a norma erudita ao nos passar algum ensinamento
Podemos até pensar como livres pensadores
Muitos como pensadores livres
Que temos semelhança com Deus
Mas pelo amor de Deus
Vamos pelo menos melhorar a nossa forma de falar
De escrever
Para nos comunicar com Deus
Deus poder nos entender
Afinal
Deus é Deus
Merece
Nós queremos ser semelhantes a Ele
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Se fosse na época de Charles de Gaulle; BH, 0260602014; Publicado: BH, 0260602014.
Se fosse na época de Charles de Gaulle
Em que se dizia que o Brasil não era
Um país sério o mundo debochava
Da gente justificaria uma candidatura
Oca irresponsável superficial como a
Do Aécio Neves à presidência da
República do meu país o Brasil hoje
Sétima economia do mundo com
Inflação controlada pleno emprego
Salário mínimo que satisfaz à maioria do
Povo trabalhador brasileiro assalariado
Não pode nem de longe sonhar com tal
Pesadelo com uma só tecla em que
Bate sem parar a da criação do real a
Novidade que o concorrente apresenta é
Justamente a da desvalorização do salário
Mínimo cercado de pessoas nocivas tem
No nefasto Armínio Fraga Neto inimigo de
Minas Gerais do Brasil empregado do
Bilionário Georges Soros que tem gana
De interesses em controlar negócios aqui
É um dos principais supostos financiadores
Da campanha demotucana o articulador que
Quer flexibilizar a CLT numa tentativa de
Diminuição dos direitos dos trabalhadores
Em favorecimento aos empresários dos
Grandes capitais apesar do Brasil ser um
País mais importante hoje do que na época
Do Charles de Gaulle temos uma imprensa
Que nos envergonha joga contra a nação
É respaldada por uma velha mídia vil
Imprestável que só por maldade preconceito
Sustenta um nome tão fraco à presidência
Querer induzir o povo com mentiras com
Falsidades a não votar num projeto vencedor
Progressista renovador que deu certo que
Reergueu a nossa indústria querer esconder o
Arrocho as medidas impopulares prometidas
Pelo Aécio Neves é um crime de lesa-pátria
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 11; BH, 01201002012; Publicado BH, 0250602014.
Poderia gostar de poder dizer
Que herdei de Fernando Pessoa
Todas as vidas dele
De seus heterônimos
Que herdei de Marcel Proust
Toda a densidade
A complexidade
Da obra-prima que criou
Poderia gostar de poder dizer
Que sou todas as personagens
Com as quais José Saramago
Encantou a humanidade
Do mineiro que sou
Poderia gostar de poder dizer
Que trago os traços do barroco do Aleijadinho
Da Inconfidência do Tiradentes
Ou da literatura dos nossos mestres
Os quais não reverenciamos
Rosa Drummond Sabino
Gostaria de poder sentir em mim
Que sou uma ferramenta
Um Machado
Um ser alado
Um Autran Dourado
Ou um ribeirão
João Ubaldo Ribeiro
Essas bebidas preferidas pelos deuses nas libações
Esses vinhos de uvas castas
Uvas nobres
Que fazem os céus ficarem mais azul
Quando jorram em cálices de cristais
Esses manjares de acepipes
Essas carnes de cordeiros assadas
Em altares de banquetes
Essas gorduras sagradas
São muitas vezes desprezadas
Pelos que vivem em busca duma vida de saúde
De músculos de plásticos
Em templos de academias
De desenvolvimento de matérias perecíveis
Mas gostaria de herdar desses monstros santificados
Desses Sócrates
Platãos
Todos os seus deuses
Seus demônios
Para que um dia
Tenha uma poesia
Que seja também uma das pilastras
Das que sustentam o firmamento
Para que não caia em cima de nós
Tais as pilastras desse firmamento
Já sustentam todos os outros
Um nome obscuro ressurgiria no meio de tanta luz
terça-feira, 24 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 6; BH, 01001002012; Publicado: BH, 0240602014.
Que fazes tão acocorado cheio de corcovas
Vergado em si com esse papel encardido
Essa velha esferográfica na mão?
Escrevo poemas desfio poesias nestas
Amarrotadas linhas deste papel pardo
Ora ora ora ora o que temos aqui um pária
Das letras um parasita das palavras
É que pensei que fosse algo nobre algo
Elevado reconhecido digno escrever
Sentenças frases versos com algum teor de
Antologia poética és sonhador vil patético
Utópico peripatético onírico um sonâmbulo
Ignóbil quem quererá nos atuais dias deste
Século moderno perder status quo com poesias?
Há alguns que inda gostam de ler por isso
Passo horas a escrever mesmo sem saber o porque
Procuras algo lucrativo uma profissão um
Emprego um trabalho uma firma do sistema
Financeiro uma empresa que gere dinheiro uma
Ocupação com renda monetária é este o meu
Trabalho o meu talho menfigueiral de
Magarefe cortador de pedras lascador de
Lenhas coreógrafo de enredos marítimos
Corvo corcovado se fosse antigamente
Asseguro-te com segurança que serias
Encaminhado à uma casa de custódia por
Vadiagem vagabundagem falta do que fazer
Chocam-me muito as tuas pedradas as tuas
Ofensas distratos a quem apenas compõe o
Que dita o universo não são essas lapidações
Vais para a casa se tiveres saias das vias
Públicas não fiques por aqui a importunares
Com a tua presença os transeuntes paciência
Tolerância têm limites estou quase a
Dar-te uma bordunada com o meu bordão
Sem apelação o poeta fechou-se ainda
Mais em seu casulo o incrédulo coração
Empresarial Nicolau Jeha, 8; BH, 01201002012; Publicado: BH, 0240602014.
Quando meu corpo baixar à sepultura
Meu espírito pairar sobre as águas
Minh'alma vagar sobre a terra
Levada pel vento sonolento
Como um pedaço de molambo
Um farrapo esfiapado de fato velho
Já for um fado entristecido
Nalgum rincão do além
Vós
Letras reais
Vós
Palavras de ouro
Vós
Filhos filhas da minha voz muda
Ficareis por aqui
A recontar esta saga maldita
A terra que envolverá meu corpo cadáver
Não será terra de lavoura
Fértil de substanciosa
Será uma terra tórrida de tostada
Sem seivas
Que asfixia as raízes
As sementes não vingam
Secam antes de brotar
O ser passará a ser
O que antes não era ser
As poesias esquecidas nas catacumbas
Os poemas aprisionados nas masmorras
As elegias que cada cemitério esconde
Em suas reentrâncias
Em vida não cantei uma ode com potência de tenor
Com singeleza de aedo castrato
Em vida não celebrei a alegria
Castrati não fui uma nau triunfal
Um castelo no pícaro duma encosta
A certeza que habitava o meu coração
Era a de ter a tristeza por companhia
Porém
Tenho uma carta na manga
Sou um jogador facínora trapaceiro
Escondo cartas nas mangas
Como um desleal desonesto
Para ganhar o jogo da vida
Quando pensam que bateram a parada
Dou um sorriso de bandido
Olho de soslaio
Puxo uma de vós
De preferência de ouro
Quando notam que usei de deslealdade para ganhar
O salão vira uma escória só
Não sabiam que vós sois o meu trunfo
A resgatar a registar a minha história
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 10; BH, 01201002012; Publicado: BH, 0230602014.
Absurdidade de desassossego pela obtusidade
Obtida no decorrer da vida
Todo ser que respira
Ao passar o tempo
Adquire instinto de intuição
Com a idade
Experiência
Excelência
Aprende a se esquivar
A não se perder na estrada
A encontrar o caminho de casa
Na escuridão da madrugada
Inda ensina a evolução da espécie a outros
Que se desviam das obrigações
Que maçada é não aprender nada
Ansiedade é não ensinar
Todos os seres ensinam a todos os seres
Alguma coisa
Sobrevivência paciência
Calma tolerância
Revolução evolução
Todos os seres têm seus sentidos
Performances desenvolturas
Atitudes atuações
Todos os seres usam a mais poderosa
Das armas
A comunicação
Querem deixar suas mensagens
Passar seus sentimentos
Demonstrar seus sentidos
A todas as gerações
Neste universo de biodiversidade
Um único ser não consegue quebrar um átomo
Partir uma partícula
Gravar numa molécula
Os sons das colisões universais
Este escriba pré-histórico
Morador de cavernas formadas por oceanos subterrâneos
Por acúmulo do cúmulo da estupidez
Não conseguiu deixar em nenhuma parede milenar
Sequer um registro de risco de carvão
De pedra ou de sangue que seja
Da poesia que almeja imortalizar
Este escrevinhador frustrado
Mamute
Mastodonte
É um bronco monte
Não a mais alta montanha
Atrás da qual
O sol adora se esconder
domingo, 22 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 18; BH, 01401002012; Publicado: BH, 0220602014.
Bem que poderia chover
Não é que chove
Agora está a chover na tarde domingueira
Deste Outubro
Que bem faz uma chuva desta
A qualquer poeta amador
Que chuva bendita
Abençoada será
Que nunca falte
A quem a admira
A quem a ama de verdade
Esta é a chuva boa que molha
A Escola Estadual Maria Andrade Resende
Na Avenida Francisco Negrão de Lima
Do bairro Enseada das Garças
Perto do bairro Céu Azul
Onde estudou a minha filha
Esta é a chuva que molha as ruas
As calçadas barrentas
É a chuva urbana
Que lava os automóveis da cidade
É a chuva que enxágua os telhados das igrejas
As torres das catedrais
Molha os gramados dos campos
Dos campinhos
Onde os meninos jogam bola
Revive os verdes dos jardins
Quem é que não quer uma chuva assim?
Só os que praticam bullying
Sociopatia
Não sabem conviver em harmonia
Só os que assaltam
Roubam matam
Preferem vida de presidiário
À liberdade de poder andar numa chuva desta
Tudo quero fazer para estar aqui com esta chuva
Nada quero fazer para estar preso no meio deles
São tão estúpidos ignorantes
Que quando estão aqui livres
Em companhia desta chuva
Fazem de tudo para voltar para lá
Amar com fé Belo Horizonte
Minas Gerais
É amar com fé esta chuva sagrada
Que nos passa a impressão
De que realmente existimos
Sentimos temos sentidos
Molhados chegamos em casa
Como se tivéssemos sido batizados
OS 10 MAIORES MICOS DA COPA DO MUNDO DO BRASIL, Carta Capital.
Na Copa do Mundo do Brasil, foram embora pro chuveiro mais cedo aqueles que torceram pelo fracasso do país. Confira alguns micos da elite e da mídia.
Najla Passos
A Copa do Mundo do Brasil ainda não passou da primeira fase, mas já são fartas as gafes, foras e barrigadas do mundial, especialmente fora do campo.
E, curiosamente, elas nada têm a ver com as previsões das “cartomantes do apocalipse” que alardeavam que o país não seria capaz de organizar o evento e receber bem os turistas estrangeiros. Muito pelo contrário.
Os estádios ficaram prontos, os aeroportos estão funcionando, as manifestações perderam força, os gringos estão encantados com a receptividade brasileira e a imprensa estrangeira já fala em “Copa das Copas”.
Confira, então, os principais micos do mundial… pelo menos até agora!
1 – O fracasso do #NãoVaiTerCopa
Mesmo com o apoio da direita conservadora, da esquerda radicalizada, da mídia monopolista e dos black blocs, o movimento #NãoVaiTerCopa se revelou uma grande falácia. As categorias de trabalhadores que aproveitam a visibilidade do evento para reivindicar suas pautas históricas de forma pacífica preferiram apostar na hashtag #NaCopaTemLuta, bem menos antipática e alarmista. E os que continuaram a torcer contra o evento e o país, por motivações eleitoreiras ou ideológicas, amargam o fracasso: políticos perdem credibilidade, veículos de imprensa, audiência e o empresariado, dinheiro!
2 – A vênus platinada ladeira abaixo
Desde os protestos de junho de 2013, a TV Globo vem amargando uma rejeição crescente da população. E se apostava no #NãoVaiTerCopa para enfraquecer o governo, acabou foi vendo sua própria audiência desabar. Uma pesquisa publicada pela coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, com base em dados do Ibope, mostra que no jogo de abertura da Copa de 2006, na Alemanha, a audiência da Globo foi de 65,7 pontos. No primeiro jogo da Copa de 2010, na África do Sul, caiu para 45,2 pontos. Já na estreia do Brasil na Copa, neste ano, despencou para 37,5 pontos.
3 – #CalaABocaGalvão
Principal ícone da TV Globo, o narrador esportivo Galvão Bueno é o homem mais bem pago da televisão brasileira, com salário mensal de R$ 5 milhões. Mas, tal como o veículo que paga seu salário, está com o prestígio cada vez mais baixo. Criticar suas narrações virou febre entre os fãs do bom futebol. E a própria seleção brasileira optou por assistir os jogos da copa pela concorrente, a TV Band. O movimento #CalaABocaGalvão ganhou ainda mais força! O #ForaGlobo também!
4 – A enquadrada na The Economist
A revista britânica The Economista, que vem liderando o ranking da imprensa “gringa” que torce contra o sucesso do Brasil, acabou enquadrada por seus leitores. A reportagem “Traffic and tempers”, publicada no último dia 10, exaltando os problemas de mobilidade de São Paulo às vésperas de receber o mundial, foi rechaçada por leitores dos EUA, Japão, Holanda, Inglaterra e Argentina, dentre vários outros. Em contraposição aos argumentos da revista, esses leitores relataram problemas muito semelhantes nos seus países e exaltaram as qualidades brasileiras, em especial a hospitalidade do povo.
5 – O assassinato da semiótica
Guru da direita brasileira, o colunista da revista Veja, Rodrigo Constantino, provocou risos com o texto “O logo vermelho da Copa”, em que acusa o PT de usar a logomarca oficial do mundial da Fifa para fazer propaganda subliminar do comunismo. Virou chacota, claro. O correspondente do Los Angeles Times, Vincent Bevins, postou em seu Twitter: “Oh Deus. Colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista”. Seus leitores se divertiram usando a mesma lógica para apontar outros pretensos ícones comunistas, como a Coca-Cola (lol)!
6 – A entrevista com o “falso” Felipão
Ex-diretor da Veja e repórter experiente, Mário Sérgio Conti achou que tivesse tirado a sorte grande ao encontrar o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, em um voo comercial, após o empate com o México. Escreveu uma matéria e a vendeu para os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que a publicaram com destaque. O entrevistado, porém, era o ator Wladimir Palomo, que interpreta Felipão no programa humorístico Zorra Total. No final da conversa, Palomo chegou a passar seu cartão à Conti, onde está escrito: “Wladimir Palomo – sósia de Felipão – eventos”. Mas, tão confiante que estava no seu “furo de reportagem”, o jornalista achou que era uma “brincadeirinha” do técnico…
7 – A “morte do pai” do jogador marfinense
O jogador da costa do Marfim, Serey Die, caiu no choro quando o hino do seu país soou no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Imediatamente, a imprensa do Brasil e do mundo passou a noticiar que o pai dele havia morrido poucas horas antes. A comoção vias redes sociais foi intensa. O jogador, porém, desmentiu a notícia assim que pode. Seu pai havia morrido, de fato. Mas há dez anos. As lágrimas se deveram a outros fatores. “Também pensei no meu pai, mas é por tudo que vivi e por ter conseguido chegar a uma copa do mundo”, explicou.
8 – “Vai pra casa, Renan!”
Cheio de boas intenções, o estudante Renan Baldi, 16 anos, escolheu uma forma bastante condenável de reivindicar mais saúde e educação para o país: cobriu o rosto e se juntou aos black block paulistas para depredar patrimônio público na estreia do mundial. Foi retirado do meio do protesto pelo pai, que encantou o país ao reafirmar seu amor pelo filho, mas condenar sua postura violenta e antidemocrática. A hashtag #VaiPraCasaRenan fez história nas redes sociais!
9 – O fiasco do “padrão Fifa”
Pelos menos 40 voluntários da Copa em Brasília passaram mal após consumir as refeições servidas pela Fifa, no sábado (14), um dia antes do estádio Mané Garrincha estrear no mundial com a partida entre Suíça e Equador. Depois disso, não apareceu mais nenhum manifestante desavisado para pedir saúde e educação “padrão Fifa” no país!
10 – Sou “coxinha” e passo recibo!
Enquanto o Brasil e o mundo criticavam a falta de educação da “elite branca” que xingou a presidenta Dilma no Itaquerão, a empresária Isabela Raposeiras decidiu protestar pela causa oposta: publicou no seu facebook um post contra o preconceito e à discriminação dirigidos ao que ela chamou de “minoria de brasileiros que descente da elite branco-europeia”. “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”, afirmou. Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”.
Empresarial Nicolau Jeha, 13; BH, 01201002012; Publicado: BH, 0220602014.
Ouço as vozes das vítimas dos sacrifícios
Que foram jogadas dos altos dos abismos nos penedos
Para acalmar a ira dos deuses
Ouço os gritos dos cristãos que foram lançados às feras
Nas arenas dos circos romanos
Sinto o cheiro das carnes queimadas dos hereges
Que não aceitavam o cristianismo
Nas fogueiras da inquisição
Perturba-me os choros dos pajés
Dos curumins das indiazinhas
Pelos que eram mortos
Por não aceitar a catequese dos jesuítas
Dilacera-me o martírio dos negros rebeldes
Que eram dilacerados nos pelourinhos
Ao relho das chibatas chicotes dos seus senhores
Ouço esses lamentos históricos dentro de mim
Não consigo viver
Sinto as dores que as jovens negras escravas sentiam
Ao ser estupradas pela casa grande na senzala
Como posso abrir uma porta
Não pensar na Porta da Viagem Sem Volta?
Donde muitos partiram
Não tiveram o direito
De nem dar uma última olhada na terra que pisavam
Nos seus que ficavam na terra
Jamais sairei desses porões de navios negreiros
Continuarei com os lanhos
As marcas dessas chibatas nas minhas costas
Ouço esse burburinho histórico que sempre me envergonhará
Sou réu confesso
Prisioneiro de todos esses crimes
Não cumpro nenhuma pena pelos meus delitos
Ouço esses corações de atabaques de tantãs
De tambores em suas últimas batidas
Não é mais a batida de alegria
As batucadas de louvores dos terreiros de macumba
É a batida fúnebre
O batuque do féretro
É a batida de luto
O luto pela história que não consegue se apagar
sábado, 21 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 9; BH, 01201002012; Publicado: BH, 0210602014.
As pedras ralham comigo
És um chorão de mancheia
Então vens aqui à estas pedreiras para chorar?
O que buscas aqui no nosso meio refúgio?
És atribulado demais não suportas uma mudança de tempo
Ficas logo resfriado constipado
Que espécie de ser és choramingas?
Não suportas ficar sozinho
Tens medo da solidão
Corres em busca da nossa companhia
Aqui temos sombras
Temos penumbras
Manto
Estás protegido aqui
Sentirás seguro
Lavas com tua lava as nossas rochas
Banhas com tuas lágrimas os nossos escuros rochedos
Servimos para isso
Para consolo
Para sedimentar os que são feitos de areia
De lodo de lama
Seres dos subterrâneos
Como és
As fendas se abrem vou para o interior das pedras
Como se estivesse num sepulcro
Num útero aconchegante
Evito chorar engulo os soluços
Abafo os suspiros
As montanhas detestam seres mesquinhos
Rasteiros ápodes
Admiro estas cordilheiras admito
Se pudesse copulava com elas
Mas não tenho libido
Tenho ais
Desgraça
Não tenho uma graça a oferecer a estes altares milenares
Caídos dos céus
Vindos dos universos do porvir
Encontro-me então comigo
Todos os meus vultos observam-me das entranhas da escuridão
Sussurram uns com os outros
Este somos nós
Nós somos este
Envolvem-me em silêncio
Esperam de mim algo que são
Espero deles algo que sou
Somos nós somos
Vinde a mim a nós
As pedras destilam o calor que nos falta
Reconfortado petrificado
Um Davi de Michelangelo
Nasci daquela montanha rochosa ali
A mais nobre
A mãe
Desci com o rosto envolto em panos
Não sentia-me mais um rato
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 1; BH, 0801002012; Publicado: BH, 0200602014.
O povo das favelas das ruelas dos becos dos aglomerados
O povo desprivilegiado sem cidadania sem liberdade ou democracia
O povo dos guetos sem voz sem razão sem trabalho sem educação pão
O povo dos morros dos lixões das grotas dos valões
O povo sem cultura sem folclore tradição
O povo sem história sem vitória sem respeito sem noção
O povo sem direito sem poder sem consciência ou opinião
O povo sem saúde sufocado na burocracia esmagado pelo estado
Dominado pela burguesia
O povo explorado pela elite marginalizado pela sociedade
Enganado pelo governo
O povo preso ao cabresto temeroso inseguro sem garantia
O povo sem segurança vítima do capitalismo
Do neoliberalismo da globalização
O povo sem mídia sem imprensa sem jornal ou televisão
O povo que rói o osso mora longe trabalha longe
Sem transporte adequado
O povo minha gente nossa gente
O povo sem melhora sem cura sem remédio
O povo sem benefícios sem mordomias
O povo sem um lugar ao sol sem praia sem mar
O povo sem salário sem ganhos
O povo marginalizado pilantreado
O povo sem futuro sem esperança sem terra
O povo sem reforma agrária sem latifúndio
O povo sem fama que não é pop não tem holofote
O povo sem água sem comida com fome
O povo sem teto sem hospital sozinho solitário só sem parente
O povo morador de rua sem solução sem resolução sem revolução
O povo sem caminho sem rumo sem norte sem sorte
O povo sem líder que só paga banca nada leva em troca
O povo que sustenta os bancos os podres poderes
Inda tem as verbas desviadas
O povo sem verbas sem justiça sem direitos
O povo que superlota as cadeias povoa os presídios
Empresarial Nicolau Jeha, 23; BH, 01601002012; Publicado: BH, 0200602014.
Não paras de escrever nunca?
Não posso
O sol não para de nascer
A luz do sol não para de brilhar
Como posso parar de escrever?
Mas
O que escreves assim tão prolixamente?
Escrevo dum tudo que me vem à mente
Igual a lua vem toda noite
Embriagar aos apaixonados
Há quem goste leia do que escreves?
Inquiridor
Não preocupo-me em saber
Se tenho ledores se tenho quem goste
Do que escrevo
Escrevo é o que basta-me
A chuva quando cai
Cai
Gostemos ou não
A chuva não escolhe a quem agradar
O que pensas em ganhar com esses manuscritos?
Sou ambicioso
Não me contentarei só com a imortalidade
Quero com cada letra uma posteridade
Com cada palavra uma eternidade
Quero mais que o infinito
Nesta simples folha de papel
Para mim mesmo
Não vale um centavo
Não passa dum real furado
Pensas que não sei disso
Sei muito bem pouco importa-me
Para ti
Há quem ouve estrelas
Vê fantasmas
Conversa com mortos
Visita planetas
Vai ao fundo dos mares oceanos
Anda nos subterrâneos
Galopa com os ventos
Reverencia montes morros
Montanhas cordilheiras
Desce aos abismos
Mergulha nos céus
Constrói nos firmamentos
Balelas
Tudo balelas
Não trabalhas não
Para veres se comes se bebes
Mas
Eis aqui a minha comida
Sou a minha comida
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Empresarial Nicolau Jeha, 22; BH, 01601002012; Publicado BH, 0190602014.
Quando aprenderei as lições das cousas que estão no mundo?
Não sei quando aprenderei
Mas preciso urgentemente aprender as lições das cousas que estão no mundo
Decorar item por item dos princípios
Das leis que geram a natureza o universo
Como o Al Corão é decorado nas Madrassas
As cousas estão no mundo
Na natureza no universo
Preciso aprender
Não posso ficar doente sem saber
Não posso morrer sem conhecimento
Para me curar
Ficar sarado
Sanar-me
Preciso entender
As cousas que estão aí à disposição no mundo
Na natureza no universo
Quem aprende essas cousas
Aprende a ser eterno
A passar vivo à posteridade
A chegar à eternidade
Não sai mais do infinito
Quero morar no infinito
Virar constelação
Aglomerado de galáxias
Mas sem aprender
Não conseguirei nada disso
A senha é aprender
É não ser mais analfabeto
Apedeuta
Nem ignorante
A meta é aprender
Não ser mais estúpido
Nem poço de estupidez
Liberdade é quando a lucidez paira no ser
O ser se sente possuído de sabedoria das cousas que compõem o mundo
A natureza o universo
Para ser feliz
Preciso aprender a adquirir a lucidez
Desta sabedoria que me envolve
Empresarial Nicolau Jeha, 21; BH, 01601002012; Publicado: BH, 0190602014.
Um grito pela cultura nacional
Um uivo pela literatura brasileira
Um berro pelo cinema do Brasil
Um movimento pela arte desenvolvida no nosso solo
Um clamor pela salvação da escrita da nação
Um basta à imposição da cultura alienígena
O povo brasileiro precisa ganhar
Um Prêmio Nobel dalguma coisa
Se todo dinheiro escoado pelo ralo
Pelos políticos corruptos
Corruptores corrompidos
Fosse usado com o povo brasileiro
Já teríamos vários Prêmio Nobel no currículo
Nossa velha mídia bandida
Representada pelo PIG
Partido da Imprensa Golpista
Só serve para acobertar corruptos corruptores
Se não fosse o Lula
Luiz Inácio Lula da Silva
Que sempre disse apura tudo
Doa a quem doer
É cortar na própria carne
As coisas não teriam mudadas no Brasil
Agora é preciso apoiar o Lula
Apoiar o PT
Partido dos Trabalhadores
Incentivar sempre que o crime seja combatido
Nunca mais acobertado nem engavetado
Como era no tempo dos demotucanos
Com esse incentivo às faculdades
Às universidades
Aos negros índios pobres
Mais cedo ou mais tarde
Teremos inúmeros nomes à indicação
Dalgum Prêmio Nobel
terça-feira, 17 de junho de 2014
Portugal, 2949, Hangar, 77, 8; BH, 0270702012; Publicado: BH, 0170602014.
Há de vir para mim
Alguma coisa para dizer
Há de vir para mim uma transitoriedade
Que nem sei bem como aplicá-la
A noite é assim
Um mistério
A madrugada é assim
Outro mistério
Todas as coisas são misteriosas na escuridão
Todas as coisas são ocultas no escuro
É preciso que haja luz
É preciso que a luz venha de encontro a esses pontos obscuros
Há de vir para mim um encontro com a lucidez
A claridade reinará
Verei de noite como se visse de dia
Há de vir para mim
Quando menos esperar
Uma oportunidade
Desta vez saberei aproveitar
Não deixarei passar assim
Como passam as nuvens
Os ventos
Deixarei registrado nas pedras preciosas
Estas maravilhas
Há de vir para mim uma cura total
Completa ampla irrestrita
Aprenderei a fazer o que desejar
Aprenderei a desejar sem ansiedade
Sem cobiça
Sem ambição
Há de vir para mim um tempo sarado
Uma época de sanidade
Uma era de luminosidade
Que há de vir para mim no porvir
Terei paciência
Terei competência
Saberei que algo há de vir para mim
Que me encontrará bem desperto de tanto saber
De tanto conhecer
Que há de vir para mim um bom amanhecer
A me revelar a realidade
A luz dum novo dia que parecerá sonho
sábado, 14 de junho de 2014
Chico Cesar, OS VAIANTES VIPs DO ITAQUERÃO.
Os vaiantes
chegam antes
vão antes de van
com seus seus ingressos vips
com seus seus ingressos vips
os vaiantes não querem saber
se há crianças na sala de casa vendo tv
eles pegaram os aviões
desceram nos aeroportos
e alguns tomaram o metrô até o estádio
finalmente concluído
se há crianças na sala de casa vendo tv
eles pegaram os aviões
desceram nos aeroportos
e alguns tomaram o metrô até o estádio
finalmente concluído
tudo funcionou até ali
e os vaiantes sentem-se frustrados na falta de desastres
e felizes em agredir a mulher
muitos vaiantes são mulheres
e os vaiantes sentem-se frustrados na falta de desastres
e felizes em agredir a mulher
muitos vaiantes são mulheres
a euforia
uma certa embriaguez até
de estar ali fazendo ola
e aparecendo no telão de led
uma certa embriaguez até
de estar ali fazendo ola
e aparecendo no telão de led
a euforia
e uma certa embriaguez até
de pertencer ainda a um grupo
um condomínio fechado dá segurança aos vaiantes
e uma certa embriaguez até
de pertencer ainda a um grupo
um condomínio fechado dá segurança aos vaiantes
eles precisam gritar em público e em coro aquela palavra
que evitam dizer em casa
na mesa em que se empanturram
para depois fazer dieta
ou debaixo dos lençóis com as luzes apagadas
que evitam dizer em casa
na mesa em que se empanturram
para depois fazer dieta
ou debaixo dos lençóis com as luzes apagadas
os vaiantes
crêem que tem o direito de ser deselegantes
pois pagam impostos e muitos deles pagaram pelo ingresso
livrando-se assim de estar na fan fest com aquela gente suada
ou no cheiro de fumaça do churrasco com os vizinhos de prédio
crêem que tem o direito de ser deselegantes
pois pagam impostos e muitos deles pagaram pelo ingresso
livrando-se assim de estar na fan fest com aquela gente suada
ou no cheiro de fumaça do churrasco com os vizinhos de prédio
os vaiantes vaiam
porque a copa é aqui
e eles não tiveram de pagar em prestações
as passagens para a espanha, o méxico, o japão, a frança
vaiam pois não precisam se hospedar em cinco pessoas
em quartos onde mal cabem dois
porque a copa é aqui
e eles não tiveram de pagar em prestações
as passagens para a espanha, o méxico, o japão, a frança
vaiam pois não precisam se hospedar em cinco pessoas
em quartos onde mal cabem dois
eles vaiam porque estão em casa
mas lá fora aplaudem até microfonia
e as línguas arrevesadas que não compreendem
mas são estrangeiras e deviam estar dizendo coisas interessantes
que fogem a sua ignorância
mas lá fora aplaudem até microfonia
e as línguas arrevesadas que não compreendem
mas são estrangeiras e deviam estar dizendo coisas interessantes
que fogem a sua ignorância
os vaiantes vaiam
pois sabem que mesmo não perdendo
o que percebem como privilégio de classe
de gente bem
tem mais gente chegando perto de ter acesso
aos mesmos bens e serviços
a seus carros
aos aviões
aos estádios
ås universidades
metrô não que metrô é coisa de gentinha no entender dos vaiantes
tem mais gente chegando perto de sua bossalidade e ignorância
pois sabem que mesmo não perdendo
o que percebem como privilégio de classe
de gente bem
tem mais gente chegando perto de ter acesso
aos mesmos bens e serviços
a seus carros
aos aviões
aos estádios
ås universidades
metrô não que metrô é coisa de gentinha no entender dos vaiantes
tem mais gente chegando perto de sua bossalidade e ignorância
os vaiantes em seu estertor espamódico
mostram-se esquizofrêncos e epilépticos morais
espumando com suas bocas tortas na tv
suas barrigas
suas chapinhas
seus stick lips para manter brilhante o botox labial
mostram-se esquizofrêncos e epilépticos morais
espumando com suas bocas tortas na tv
suas barrigas
suas chapinhas
seus stick lips para manter brilhante o botox labial
os vaiantes sentiram-se eufóricos
pois não sabem distinguir um jogo de futebol
de uma eleição que sabem que o candidato deles perderá
pois confundem um jogo de futebol
com o carro alegre da história cheia de gente contente
que os atropela ou passa ao largo de sua falta de auto-estima
pois não sabem distinguir um jogo de futebol
de uma eleição que sabem que o candidato deles perderá
pois confundem um jogo de futebol
com o carro alegre da história cheia de gente contente
que os atropela ou passa ao largo de sua falta de auto-estima
a história vai
os vaiantes ficam aguardando o challenger para se espatifar no ar junto com ele
os vaiantes adoram gran finale
os vaiantes ficam aguardando o challenger para se espatifar no ar junto com ele
os vaiantes adoram gran finale
terça-feira, 10 de junho de 2014
Presidenta Dilma: Pronunciamento pela realização da Copa do Mundo no Brasil
Minhas amigas e meus amigos,
A partir desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo estarão voltados para o Brasil, acompanhando a maior Copa da história.
Pelo menos 3 bilhões de pessoas vão se deixar fascinar pela arte das 32 melhores seleções de futebol do planeta.
Para o Brasil, sediar a Copa do Mundo é motivo de satisfação, de alegria e de orgulho.
Em nome do povo brasileiro, saúdo a todos que estão chegando para esta que será, também, a Copa pela paz e contra o racismo;
a Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e preconceito;
a Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento.
A Seleção Brasileira é a única que disputou todas as Copas do Mundo realizadas até hoje.
Em todos os países, sempre fomos muito bem recebidos.
Vamos retribuir, agora, a generosidade com que sempre fomos tratados, recebendo calorosamente quem nos visita.
Tenho certeza de que, nas 12 cidades-sede, os visitantes irão conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro, e se impressionar com um país cheio de belezas naturais e que luta, dia a dia, para se tornar menos desigual.
Amigos de todo o mundo: cheguem em paz!
O Brasil, como o Cristo Redentor, está de braços abertos para acolher todos vocês.
Brasileiras e Brasileiros,
Para qualquer país, organizar uma Copa é como disputar uma partida suada – e muitas vezes sofrida.
Com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis.
Mas o resultado e a celebração final valem o esforço.
O Brasil venceu os principais obstáculos e está preparado para a Copa, dentro e fora do campo.
Para que esta vitória seja ainda mais completa é fundamental que todos os brasileiros tenham uma noção correta de tudo que aconteceu.
Uma visão sem falso triunfalismo, mas também sem derrotismo ou distorções.
Como se diz na linguagem do futebol: treino é treino, jogo é jogo.
No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram perdendo.
Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca.
Os pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios.
Os estádios estão aí, prontos.
Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos aeroportos.
Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos.
Eles estão prontos para atender quem vier nos visitar; prontos para dar conforto a milhões de brasileiros.
Chegaram a dizer que iria haver racionamento de energia. Quero garantir a vocês: não haverá falta de luz na Copa, nem depois dela.
O nosso sistema elétrico é robusto, é seguro, pois trabalhamos muito para isso.
Chegaram também ao ridículo de prever uma epidemia de dengue na Copa em pleno inverno, no Brasil!
Além das grandes obras físicas e da infraestrutura, estamos entregando um sistema de segurança capaz de proteger a todos, capaz de garantir o direito da imensa maioria dos brasileiros e dos nossos visitantes que querem assistir os jogos da Copa.
Estamos entregando, também, um moderno sistema de comunicação e transmissão que reúne o que há de mais avançado em tecnologia, incluindo redes de fibra ótica e equipamentos de última geração, em todas as 12 sedes.
Minhas amigas e meus amigos,
A Copa apressou obras e serviços que já estavam previstos no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Construímos, ampliamos ou reformamos aeroportos, portos, avenidas, viadutos, pontes, vias de trânsito rápido e avançados sistemas de transporte público.
Fizemos isso, em primeiro lugar, para os brasileiros.
Tenho repetido que os aeroportos, os metrôs, os BRTs e os estádios, não voltarão na mala dos turistas.
Ficarão aqui, beneficiando a todos nós.
Uma Copa dura apenas um mês, os benefícios ficam para toda vida.
Os novos aeroportos não eram necessários apenas para receber os turistas na Copa.
Com o aumento do emprego e da renda, o número de passageiros mais que triplicou nos últimos dez anos: de 33 milhões em 2003, saltamos para 113 milhões de passageiros no ano passado, e devemos chegar a 200 milhões em 2020.
Por isso, precisávamos modernizar nossos aeroportos para, acima de tudo, melhorar o dia-a-dia dos brasileiros que,cada vez mais, viajam de avião.
Agora também temos estádios modernos e confortáveis, de Norte a Sul do país, à altura do nosso futebol e dos nossos torcedores.
Além de servir ao futebol, serão estádios multiuso: vão funcionar também, como centros comerciais, de negócios e de lazer, e palcos de shows e festas populares.
Minhas amigas e meus amigos,
Tem gente que alega que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na educação.
Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas. Trata-se de um falso dilema.
Só para ficar em uma comparação: os investimentos nos estádios, construídos em parte com financiamento dos bancos públicos federais, e em parte com recursos dos governos estaduais e das empresas privadas, somaram 8 bilhões de reais.
Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os estados e municípios investiram cerca de 1 trilhão e 700 bilhões de reais em educação e saúde. Repito, 1 trilhão e 700 bilhões de reais.
Ou seja : no mesmo período, o valor investido em educaçãoe saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios.
Vale lembrar, ainda, que os orçamentos da saúde e da educação estão entre os que mais cresceram no meu governo.
É preciso olhar os dois lados da moeda.
A Copa não representa apenas gastos, ela traz também receitas para o país.
É fator de desenvolvimento econômico e social.
Gera negócios, injeta bilhões de reais na economia, cria empregos.
De uma coisa não tenham dúvida: as contas da Copa estão sendo analisadas, minuciosamente, pelos órgãos de fiscalização.
Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis serão punidos com o máximo rigor.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil que recebe esta Copa é muito diferente daquele país que, em 1950, recebeu sua primeira Copa.
Hoje, somos a 7ª economia do planeta e líderes, no mundo, em diversos setores da produção industrial e do agronegócio.
Nos últimos anos, nosso país promoveu um dos mais exitosos processos de distribuição de renda, de aumento do nível de emprego e de inclusão social.
Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, levando, em uma década, 42 milhões de pessoas à classe média e retirando 36 milhões de brasileiros da miséria.
Somos também um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia jovem, dinâmica e pujante.
Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas.
Instituições que nos respaldam tanto para garantir a liberdade de manifestação como para coibir excessos e radicalismos de qualquer espécie.
Meus queridos jogadores e querida Comissão Técnica,
Debaixo da camisa verde-amarela, vocês materializam um poderoso patrimônio do povo brasileiro.
A Seleção representa a nacionalidade. Está acima de governos, de partidos e de interesses de qualquer grupo.
Por isso, vocês merecem que um dos legados desta Copa seja, também, a modernização da nossa estrutura do futebol e das relações que regem nosso esporte.
O Brasil precisa retribuir a vocês, e a todos os desportistas, tudo o que vocês têm feito por nosso povo e por nosso país.
O povo brasileiro ama e confia em sua Seleção.
Estamos todos juntos para o que der e vier.
Viva a Paz!
Viva a Copa!
Viva o Brasil!
Obrigada e Boa Noite.
América Latina: Dois Oceanos, Uma Voz, por Luiz Inácio Lula da Silva e Ricardo Lagos
São tempos de convergência na América Latina e, especialmente, na América do Sul. Alguém, por miopia,
capaz de enxergar apenas as tendências ideológicas contrapostas na região, pode até questionar esta afirmação. Mas existem determinados fatos que mostram como vai se formando, com o passar dos anos, uma segunda pele de mais cooperação sob aquela mais visível, anunciando outra identidade latino-americana para o século XXI.
Durante a primeira semana de abril, uma delegação da CELAC-Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe, integrada por Cuba, Costa Rica e Equador, teve importantes reuniões em Pequim com o intuito de montar uma agenda, dar conteúdo e projeção ao recém-criado Fórum CELAC-China, que fará sua primeira reunião oficial em julho, no Brasil, logo após o encontro dos BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Quase ao mesmo tempo, aconteceu em Quito o lançamento da Escola Sul-americana de Defesa, com a participação de delegados da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela e do próprio Equador, com o objetivo de desenvolver uma visão compartilhada de defesa regional, sem ingerências ou hegemonias externas, em um processo de institucionalização da União das Nações Sul-americanas (UNASUL).
Apesar desses fatos, pessimistas insistem em negar a existência real da América Latina ou consideram ser um “disparate” o incremento dos vínculos entre países do Atlântico e do Pacífico. Atmosfera que leva mais de um jornalista a fazer perguntas como: “Junto com o México, o Peru e a Colômbia, o Chile faz parte da Aliança do Pacífico. Alguns analistas afirmam que o bloco, considerado liberal, surgiu para se contrapor politicamente ao MERCOSUL. É verdade?”.
Certamente, não é verdade. Mas é preciso ratificá-lo com uma visão estratégica clara e contundente. A América Latina está voltada tanto para o Atlântico quanto para o Pacífico, o que é um privilégio no reordenamento mundial que emerge no século XXI.
E, no meio, se encontra esta nossa geografia convocada a ser um todo articulado e coordenado, para aproveitar as diversas oportunidades que se abrem aos nossos países de um lado e de outro. Por uma parte, está a história já secular do Atlântico como polo econômico que nos ligou à África, Europa e ao Mediterrâneo. Por outra, está o Pacífico, onde estão as potências econômicas do Japão, da China, dos membros da ASEAN- Associação de Nações do Sudeste Asiático, bem como da Austrália e da Nova Zelândia.
A América Latina tem uma oportunidade histórica ímpar: estar no centro deste cenário que vai construindo novas correntes entre o Atlântico e o Pacífico. Mas este desafio contemporâneo nos chama a definir — agora, e não mais tarde — uma só voz para falar com ambos os oceanos.
Eis um desafio que nos faz reencontrar uma palavra tantas vezes dita em nossa trajetória de nações independentes: integração. A integração capaz de incorporar e transcender as múltiplas experiências regionais e sub-regionais que acabaram não concretizando todos os objetivos pretendidos. Diferentes atores sociais — empresários, sindicalistas, artistas, estudantes, turistas e outros — foram muito mais rápidos que os governos para se integrarem com seus vizinhos latino-americanos.
Chile, país do Pacífico, é o maior investidor latino-americano no Brasil, país do Atlântico. São mais de 25 bilhões de dólares investidos e dezenas de milhares de empregos gerados em vários estados brasileiros por empreendimentos nas áreas de celulose, eletricidade, tecnologia da informação, química e metais. E, por certo, também se acrescentam as companhias colombianas, peruanas e mexicanas que produzem cada vez mais no Brasil para um mercado interno de 200 milhões de pessoas com grande horizonte de expansão. Da mesma forma, Brasil e Argentina, além dos investimentos recíprocos, demonstram o seu dinamismo em inúmeros projetos industriais e de infraestrutura nos mais diversos países da América Latina, gerando igualmente uma enorme quantidade de empregos locais. Até 2006, apenas duas empresas brasileiras atuavam na Colômbia; hoje, são quarenta. E o mesmo vale para os demais países do Pacífico. No Chile, por exemplo, atuam cerca de 70 empresas brasileiras. No Peru, 44. Sem falar na crescente presença dos países Sul-Americanos na América Central e no Caribe, onde investem em novas plantas industriais e financiam a construção de portos, aeroportos, estradas, metrôs.
A Aliança do Pacífico, que se propõe a ser um acordo econômico e de modernização de relações — e não outra coisa — terá realmente peso e projeção se atuar em uma ligação estreita com o Brasil, a Argentina e as demais nações de vocação atlântica. Do mesmo modo, o peso dos países atlânticos poderá ser ainda mais relevante se eles tiverem uma atuação internacional vinculada aos do Pacífico.
É aí que deve ser fortemente valorizado o papel da UNASUL na integração. Pela sua pluralidade e pela autoridade que já adquiriu, ela pode ser decisiva no enfrentamento de nossas tarefas pendentes, que não são poucas: infraestrutura em malha rodoviária e pontes; integração energética em uma região rica em hidrocarbonetos, recursos hídricos e gás; melhor fluxo de mercadorias por nossas alfândegas, para dinamizar um comércio intra-regional que saltou de US$ 49 bilhões em 2002 para US$ 189 bilhões em 2013, mas ainda não chega a 20% do nosso fluxo total; novas políticas para responder ao fenômeno de migrações e trânsito cada vez maior de cidadãos que estão demandando efetiva liberdade de circulação. E também, como foi dito em Quito, uma política de defesa comum que, dentre outras questões, desenhe estratégias para a defesa dos recursos naturais e consolide toda a América Latina como Zona de Paz.
Além disso, a CELAC deve ser o espaço para debater os grandes temas da política e da economia mundial. Por exemplo, a entidade regional poderia se reunir dois meses antes do G-20, e os países da região poderiam pedir aos três que fazem parte desse fórum global — Argentina, Brasil e México — que sejam portadores de nossas posições sobre mudanças climáticas, migrações, protecionismo, narcotráfico e drogas, nova arquitetura financeira internacional e mecanismos de segurança e paz, entre outros temas debatidos nas Nações Unidas.
Será que os países latino-americanos podem chegar a um acordo para atuarem assim? Vemos sinais e gestos auspiciosos nesse rumo. Como se afirmou recentemente em um seminário do Conselho de Relações Internacionais para América Latina (RIAL), “a integração bem sucedida é aquela onde prevalecem os elementos de cooperação, buscando convergências possíveis, sem a pretensão de eliminar as diferenças, mas fazendo-as gerenciáveis”.
Não é uma informação menos importante que exista um diálogo conjunto com a China através da CELAC, da mesma forma que seguramente existirá com os Estados Unidos e com a União Europeia. Também não é menos importante que a agenda sul-americana esteja sendo reativada com realismo e visão de futuro. A chave em tudo isto é atuar — para dentro e para fora do continente — pensando em nossos cidadãos de hoje que almejam democracias não apenas legais, onde o voto seja o grande instrumento, mas também democracias legítimas, realmente participativas, onde a política saiba interpretar os sinais dos tempos e agir em consequência.
(Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil, que agora trabalha em iniciativas globais com Instituto Lula e pode ser seguido em facebook.com/lula. Ricardo Lagos é ex-presidente do Chile.)