quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 82; BH, 0220902012; Publicado BH, 03101202014.

Respeito aos escritores poetas romancistas
Ensaístas a todos os críticos que somos
Se estamos certos ou se estamos errados
Pensamos que somos alguma coisa que
Pensamos alguma coisa que escrevemos
Poesias romances críticas pensamentos
Respeito a esses bilhões de artistas articulistas
Escribas escrevinhadores poetas que tanto
Eternizam a cultura mundo fora respeito
A esses que perpetuam as letras nos
Universos imortalizam versos até onde
As letras as palavras são mortas todo o
Meu respeito a esses poetas que nunca
Vão deixar a poesia ser assassinada
Nem o poema ser exterminado são os
Nobres cavalheiros das obras-primas
Das obras de arte das obras clássicas
Eruditas populares folclóricas sertanejas
Caipiras gêneros mais gêneros de manifestações
Humanas ou mesmo das que não são
Mais humanas são captadas pelos
Humanos que têm a capacidade de
Captá-las através da telepatia psicografia
Ou outras línguas desconhecidas respeito
Aos poetas pré-históricos aos pais
Mães de todos os poetas respeito à
Luzia a nossa mãe que luzia para fazer
Com que hoje fosse conhecida a sua
Luz respeito à natureza à fauna à flora
Aos rios mares oceanos respeito aos
Regatos riachos arroios às cachoeiras
Cataratas respeito aos morros nossos
Túmulos às montanhas cordilheiras às
Ossadas que estarão aqui em resistência a
Confirmar o nosso passado a nossa existência

Alameda das Princesas, 756, 81; BH, 0220902012; Publicado: BH, 03101202014.

São tantas as coisas inacabáveis inextermináveis
Que se fosse contá-las contaria contaria mesmo
Que vivesse milanos jamais chegaria ao fim são
Tantos planetas desconhecidos sóis de grandezas
Incalculáveis que é impossível não ficar maravilhado
Só em imaginar essas maravilhas não as conhecermos
Para atingi-las teríamos que viajar à velocidade da luz
Por milhares a milhares de anos-luz são tão dimensionais
Que nem o pensamento mais brilhante a mente mais
Genial seriam capazes de descrever-nos o volume a massa
A energia a velocidade desses astros reis minha avó
Naninha deve ter ido habitar um desses sóis a minha avó
Maria mãe do meu pai deve ter ido habitar outro meus
Avôs também avós avôs são assim meio extraterrestres
Meio aliens vêm vencem vão às nossas vidas nos fazem
Sonhar depois partem em naves espaciais ou outros objetos
Nos deixam aqui a esperar a volta deles ou o dia de
Irmos ao encontro nós nunca seremos os avôs as avós
Que foram os nossos avôs avós para nós ficarei
Frustrado o meu avô Donato dizia que tinha comido
O dedo polegar de fome numa guerra meu avô César
Pintava carrancas caretas cangaceiros caçadores
Diachos vaqueiros em folhas de papel que não sei
Aonde andam nunca consegui fazer nada igual para
Merecer estar com eles nalgum sol imagino desde menino

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 80; BH, 0200902012; Publicado: BH, 03001202014.

No infinito há alguma coisa que intriga-me
O nada como pode não haver nada
Ser infinito? na religião há algo que
Incomoda-me o uso indevido do nome de
Deus como se pode usar o nome de Deus
A disseminar o mal? ajuntar riquezas
Destruir civilizações matar o próximo?
Há mais coisas que enchem-me o saco
Entre os céus a terra do que duvida a
Minha ignorância a minha estupidez
Enche-me o saco o fato de não acabar o
Imperialismo a globalização o capitalismo
Enche-me o saco a mídia com o seu
Parceiro o PIG o Partido da Imprensa
Golpista as elites representativas a
Burguesia dominante enche-me o saco a
Classe política principalmente aquela que
Persegue a classe trabalhadora enche-me
O saco o judiciário com a usina de Habeas
Corpus a indústria de vendas de sentenças
Numa justiça inacessível ao povo enche-me
O saco as políticas da seca onde a verba
Fica com os governadores os prefeitos
Os vereadores jamais chega ao sertanejo
Para aplacar o sofrimento dele enche-me o
Saco a saúde pública a humilhação sofrida
Por quem não pode pagar um plano de saúde
Enche-me o saco os banqueiros seus bancos
O funcionalismo do Banco Central que
Não entendi até hoje para que serve me
Enche o saco a fome a falta de solidariedade 
A exploração do homem pelo homem

Alameda das Princesas, 756, 79; BH, 0200902012; Publicado: BH, 03001202014.

Hei de escrever uma obra tão prima
Que será chamada de irmã que fará
Os peixes saírem das águas as aves
Descerem dos céus as pedras saltarem
Pelos campos como se fossem ovelhas
Cordeiros carneiros cabritos das
Montanhas a voltar para o fundo dos
Mares usarei todos os sinais símbolos
Signos cortarei a força da gravidade as
Cordilheiras voarão de volta aos seus
Planetas de origem donde caíram ó 
Depois desta obra ser feita a colocarei
Em rota de colisão com o maior meteoro
Que vaga perdido pelo espaço para
Que com o choque a grande colisão
A transforme no diamante mais raro
Desconhecido não encontrado hei
De conceber uma obra que quando
Nascer será o ponto de convergência
De todas as galáxias dos universos a
Gravitar em torno dela os deuses
Os demônios se confabularão
Trocarão imprecauções impropérios
Blasfêmias profanações uns tão
Exaltados a alegar paternidades
Outros excitados a provar
Maternidades a expor os úteros
As mamas inchadas de leite gotejante
Que composto de perfil antológico
Extravagante não abrirá portas de
Academias não iluminará altares de
Catedrais não terá tapetes vermelhos
Estendidos em palácios mas o
Infinito não será o mesmo quando o
Jogo estiver armado no tabuleiro a
Ouvir o grito no final xeque-mate fatal

Alameda das Princesas, 756, 78; BH, 02001202012; Publicado: BH, 03001202014.

Um texto dentro do contexto mitológico para
Ser concebido de que tem que ser assim ou
De que tem que ser assado para ser agradável
Ou agradar aos críticos para ser chamado de
Texto para ser lido entra num crivo tão técnico
Que nunca será entendido uns pedem fim dos
Adjetivos outros fim dos pronomes pessoais
Possessivos alguns não aceitam o gerúndio
Nem sentimentos emoções sentidos exigem
Metáforas formas de linguagens rebuscadas
Denotativas discursos conotativos o certo é
Que se for agradar a quem ler não se escreve
Mais nada se for acompanhar as exigências
Dos catedráticos eruditos clássicos mata-se
Na fonte a flor afoga-se no mar o peixe quando
Um escritor no seu delírio apresenta um texto
O onírico vira logo decepção o autor olha a
Obra sente-se bem com o escrito fica satisfeito
Mas quando passa para alguém ler a cara vem
Ao chão a máscara cai o autor fica ali com
Cara de estúpido com ar de ignorante enquanto
O ledor faz aquela cara de incrédulo lê-se no
Semblante o que é isso que esse cara deu-me
Para ler? devolve o texto ao autor sem nenhuma
Palavra o silêncio é uma punhalada no peito
O pobre do escritor enfia o rabo entre as pernas
Meneia a cabeça não encontra mais coragem
De mostrar o que quer que seja a alguém um
Texto dentro do contexto é puro teor mitológico

Alameda das Princesas, 756, 77; BH, 0180902012; Publicado: BH, 03001202014.

Que cálice é este que vibra em
Meu peito toda vez que o universo
Pulsa um segundo? que taça é esta
Na qual encosto os lábios traz-me
À boca o amargo do mundo? que vinho
É este que vem misturado com cacos
De vidros que a cortarem-me a língua
Ao beber o vinho no lugar do vinho
Bebo o sangue? que vida é esta na
Minha vida que suga a minha vida
Deixa a minha vida sem vida? que olhar
É esse tão superficial que não sabe
Olhar com o fundo do olhar no fundo
Doutro olhar? que pensamento é este
Que bloqueia qualquer luz impede a
Saída das trevas de dentro do bloco
De concreto? que luz é esta não irradia 
Claridade nem ilumina os caminhos
Nem é lâmpada para os pés nem é
Vaga-lume? que montanha é esta que
Nasce do fundo do mar não chega aos
Céus torre de babel? que destino é este
Que não passa nunca fica para sempre
Que não se equilibra na corda nem no
Raio da circunferência? que água é esta
Que não mata a sede junto com este
Pão que não mata a fome? é a volta que
O universo dá em torno do seu próprio
Eixo é o rastro dos planetas nas
Peregrinações é o lado de dentro que
Está do lado de fora é o lado de fora
Que está do lado de dentro é o que
Não foi não é nem nunca será

Alameda das Princesas, 756, 76; BH, 0160902012; Publicado: BH, 03001202014.

Gênio pensador músico poeta despertam inveja
Sócrates por exemplo que era um livre pensador
Despertou tanta inveja despeita que os seus
Adversários arranjaram-lhe um processo por
Corrupção da juventude que desencadeou em
Sua condenação mas apesar de absolvido
Resolve se auto condenar por pensar que a
Própria dignidade já estava manchada bebeu
A cicuta altivamente Mozart, gênio precoce de
Grande criatividade produções musicais
Despertou tanta inveja que os historiadores
Acreditam que foi envenenado aos trinta
Poucos anos quando muito poderia fazer pela
Humanidade Euclides da Cunha foi assassinado
Porque a mulher não compreendia o trabalho
Dele que requeria longos dias fora de casa o
Traiu com outro homem ao saber do caso
Euclides da Cunha foi lavar a honra acabou
Morto o filho foi vingar o pai morreu
Também ambos assassinado pelo amante da
Mulher mãe muitos outros escritores poetas
Artistas sofreram perseguições Giordano Bruno
Galileu Galilei um a inquisição não perdoou foi
Queimado vivo o Giordano Bruno que não abriu
Mãos dos princípios o outro o Galileu Galilei
Por negar os próprios pensamentos as teses
As descobertas permaneceu vivo Erasmo de
Roterdan se escondeu em casa de Thomas More
Para não morrer Karl Marx Friedrich Engels
Fugiram por vários países quase perderam as
Vidas por causa de obras de arte do pensamento
O estado a igreja a sociedade assassinavam
Quem por ventura pensasse diferente do
Establishment vigente da época poucos são
Os criminosos que pediram perdão pelos
Crimes cometidos contra os gênios

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 75; BH, 0140902012: Publicado: BH, 02901202014.

Daqui não vejo nada nada tenho para ver
Quem é poeta precisa sempre de ver algo
Enxergar alguma coisa num movimento,
Numa impressão quem é poeta precisa
Duma sombra duma rua vazia duma janela
Aberta daqui ilhado não vejo o horizonte
Todo monte fugiu da paisagem apuro os
Sentidos pois poeta se tiver de ter alguma
Coisa tem que ter é sentido apurado apuro
Os sentidos não sinto as vibrações dos
Elementos as moléculas as partículas estão
Todas estacionadas não percebo natureza
Morta que sou aí sobram-me as sôfregas
Letras de quem pede socorro restam-me
As insolúveis palavras de quem é solúvel
Da próxima vez em que estiver aqui quero
Olhar ver quero ver enxergar contar todas
As façanhas que ninguém pode contar
Ao abrir os olhos expressar de olhos
Abertos sou lúcido sim tenho lucidez
Consciência de conscientizado que vive
Sem remorso vive sem arrependimento
Que tem por máxima a mínima de que se é
Para arrepender-se o melhor é não fazer
Agora que tenho rosto nos rostos das
Coisas não preciso mais procurar o meu
Rosto nos rostos das coisas meu rosto
Agora é meu com face semblante sou
Facetado na fonte todo sou meu só olho
Agora as pessoas com o fundo dos meus
Olhos nos fundos dos olhos das pessoas
Daqui então vejo o infinito universo

Alameda das Princesas, 756, 74; BH, 0140902012; Publicado BH, 02901202014.

Cão Caim não precisavas nem fazer as oferendas
Caim Cão não aceitarei nenhuma oferta a
Fumaça do que queimas em sacrifícios será
Dissipada nos ares dos altares tuas orações tuas
Rezas poesias poemas odes elegias libações
Não passarão duma blasfêmia a mim duma
Profanação uma afronta aos céus só o fato de
Pensares primeiro em ti já magoas a todos aqui
Só com o fato de escolheres o melhor para ti as
Melhores carnes os melhores vinhos as melhores
Frutas os melhores frutos os melhores meles
Desagradastes o que é Santo observas o teu
Irmão Abel faz questão de agradar a todos com o
Melhor que tem construiu o altar mais bonito é o
Mais enfeitado o mais perfumado o que queima
Enche a todos de agrados Caim vil vistes o teu
Irmão Abel? por acaso sou guarda do meu irmão?
Deve estar por aí a recolher os meles o que
Fizeste com o teu irmão vil Caim? não era o melhor?
Sacrifiquei-o em homenagem a Ti serás imundo pelo
Mundo tomas esse sinal todos correrão de ti não te
Matarão nem morrerás serás o pior poeta em
Toda a poesia que quiseres criar ingrato és pensei
Que com o sacrifício ficarias de bem contigo Tu de
Bem comigo mas o que aconteceu não foi o que
Preveni és um poeta assassino de tudo que é belo
As formosas poesias fugirão de ti então Tu o que
És? poderias muito bem ter segurado a minha mão
Assim a impedir que matasse ao meu irmão

sábado, 27 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 73; BH, 0140902012; Publicado: BH, 02701202014.

Não não faço mágicas não sou o mago
Que tu pensas não não sou mágico
Nem inventor ou descobridor sou só
Este caçador boiadeiro pastor vaqueiro
Apascentador sou só guardador de
Rebanhos com o meu cão de guarda
Cuido das ovelhas não as deixo cabras
Desgarradas nem ficarem presas em
Espinheiros tosquio-as livro-as das
Incômodas lãs mas não dou a vida por
Elas pelo contrário elas que dão a
Vida por mim ao matarem minha sede
Com sangue puro fresco arterial ao
Matarem a minha fome com carne
Virgem não não faço milagres não
Abro mares nem faço chover não
Não tiro leite das pedras tenho o leite
Virginal das minhas carneirinhas tenho o
Mais depurado mel das seivas delas
Saciado as sacio na ânsia de me
Agradar me fazem mil mágicas
Milhares de inventos infinitas descobertas
As mais nobres caças novilhas inúmeros
Milagres no desespero para não me
Ver chorar choram por mim balem
Mugem apaixonadas passam horas
Horas a fio a brincar na relva macia
Pisam de mansinho para não perturbar
Os meus ouvidos sopram na minha nuca
Hálitos de boca aberta para refrigerar
Meu espírito com a minha vara com o
Meu cajado as consolo elas não me
Deixam faltar nada não não no meu
Aprisco não permito a aproximação do
Lobo mau evito que empesteia as
Águas das fontes onde bebem sedentas

Alameda das Princesas, 756, 72; BH, 0120902012; Publicado: BH, 02701202014.

Não vejo mais o JN o Jornal Nacional da REDE
GLOBO ancorado pelo William Bonner quem
Tem dignidade tem que desligar o aparelho
Televisor ou mudar de canal mas assistir ao JN
Ao Jornal Nacional da REDE GLOBO ancorado
Pelo William Bonner é para quem não exerce a
Cidadania nem a soberania no dia 7 de
Setembro dia da Independência do Brasil o
Príncipe do PIG Partido da Imprensa Golpista
JN Jornal Nacional colocou longa matéria das
Eleições nos USA United States of America
Um pequeno destaque para a comemoração da
Nossa Independência JN da REDE GLOBO
Tem todo o direito de bajular os USA como fez
Com a Ditadura como FHC vulgo Fernando Henrique
Cardoso o Príncipe da Privataria Tucana faz até
Hoje só penso que os que bajulam os yankees
Norte-americanos deveriam bajularem lá no
Território deles não aqui no nosso país com as
Nossas concessões é muita falta de critério
Demonstra claramente o desrespeito pela nossa
História cívica o que que queremos saber de
Convenções yankees? o poder que se instalou na
REDE GLOBO se não receber rapidamente uma
Lei de controle de mídia daqui a uns anos quererá
Mandar no Brasil é uma televisão que recebeu
Uma concessão a ser explorada recebe verbas
Públicas boicota abertamente quem a concedeu
Não informa ao povo devidamente como se
Deveria informar cidadania já soberania já
Conscientização já consciência já Brasil sem REDE
GLOBO já Brasil sem alienação já que vá
Envergonhar outro país gosta dos USA não há
Problema mas aqui no meu país as coisas do meu
País são preferenciais tomara que um dia entre
Um governo corte as raízes dessa coisa maligna
DELENDA ESSA PORRA DE REDE GLOBO JÁ CARAJO

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 71; BH, 0120902012; Publicado: BH, 02501202024.

Dentro das madrassas crianças em cárceres
Privados decoram o Al Corão têm que saber
De cor versículo por versículo numa
Verdadeira lavagem cerebral não recebem
Outro tipo de informação não têm meio de
Conhecimento só saem dali quando estão
Totalmente condicionadas respondem a
Qualquer pergunta na ponta da língua
Viram mujahedins fazem a jihad morrem
Matam com disposição pelo Islã a Alá
Vivem no fundamentalismo desprezam
Qualquer outro tipo de vida amam a morte
Tanto a própria quanto a dos semelhantes
Aprendem que ao explodirem-se no meio
Dos cães o martírio o extermínio de
Dezenas de pessoas com o ato os garantirão
No paraíso em companhia de sete belas
Mulheres sempre sete o número dos
Mentirosos desprezam outros deuses
Ignoram outras religiões os que não
Seguem a religião do Al Corão são chamados
De cães infiéis imundos se possíveis
Decapitados as mulheres são tratadas como
Reles vis sujas os únicos bens são as
Armas mortíferas as barbas as bombas
As burcas o Al Corão as mesquitas as
Madrassas não podem ter mais nada tudo
Para depois da morte odeiam aos ocidentais
Têm cólera aos norte-americanos isso aí
Penso que todo mundo tem pregam o fim
Do império como um dos motivos de
Salvação em pouco tempo transformam
Crianças em criaturas monstruosas

Alameda das Princesas, 756, 70; BH, 0120902012; Publicado BH, 02501202014.

Todos os meus pensamentos não habitam-me mais
Nem os bons nem os maus pensamentos pois
Todos já foram aprisionados nos papiros nos
Manuscritos nas folhas de papéis de carbono
Encontro-me sem nenhum pensamento que seja
Inquilino proprietário ou visitante o calabouço
Está abandonado a masmorra está vazia não
Mantenho prisioneiros nas cadeias nos catres nas
Celas os sanatórios os hospícios os reformatórios
Encontram-se desocupados os pensamentos
Perdidos esses não houveram efeitos baniram-se
No lume os pensamentos achados são os que
Passaram a ser imortalizados tanto que agora
Quando consulto-me no oculto sinto-me
Totalmente aleatório evasivo sem condições de
Dialogar passo a não ter nada para dizer
Mantenho silêncio calo-me não canto nem
Capto um conhecimento não absorvo uma
Informação não faço perguntas nem fazem-me
Perguntas respostas soluções resoluções
Passam a ser sagradas quem as têm não as
Profanam não as passam a outros por isso a
Partir do momento que as passam não as
Guardam mais profanam-nas deixam de ser
Consagradas santas uma resposta certa pode
Virar o sol ao avesso uma solução acertada
Pode parar o universo uma resolução correta
Pode diminuir o infinito quem hoje tem a
Perfeição para essas grandezas inconcebíveis?
São coisas sem letras sem palavras sem
Pensamentos que só acontecem de milênios em
Milênios igual Miles a tocar Kind of Blue
Um momento único do que é raro de perfeito

Alameda das Princesas, 756, 69; BH, 0100902012; Publicado: BH, 02501202014.

Várias vezes cheguei à janela bali para
As montanhas gemi para o universo na
Tentativa de receber uma atenção especial
Sacudi-me tal qual um cachorro quando
Sai do banho nem um piscar de olhos
Partiu em minha direção abnegadamente
Permaneci de total prontidão lápis papel
Nas mãos a cabeça pendente o
Pensamento a oscilar dum lado para
Outro como o som dum grito que sai
Da garganta a machucar as muralhas
Quem por ventura olhasse para mim
Acharia-me impassível outro pensaria é
Um indiferente mais algum inda chegaria
À uma conclusão equivocada mas todo o
Meu conjunto de átomos parecia encontrar-se
Dentro dum acelerador de partículas tal o
Revolvimento que sofro no interior na
Expectativa de aprisionar no papel as
Borboletas em busca de acasalamento
Não fecho a porteira do aprisco os
Rebanhos revoam ao redor de mim
Quando aprisiono um surgem salpicados
De luz outros a bolinarem-me querem
Provar-me fazem todos os tipos de
Testes lançam mais uns desafios não
Posso entregar-me integro-me ao
Redemoinho rodopio dançamos cantamos
Embriagados ao fim em cima da mesa
Jaz uma folha que já não está mais em
Branco tudo o que dançávamos tudo o
Que cantávamos virou registo eterno
Nesta moribunda folha de papel

Alameda das Princesas, 756, 68; BH, 080902012; Publicado: BH, 02501202014.

Preponderei-me depois arrependerei-me
De ter feito tudo que fiz inda deste
Jeito é que cheguei à conclusão de que
Não posso curar-me nem sentir-me
Curado não posso sarar-me nem
Sentir-me sarado a poesia quer-me
Doente o poema quer-me ruim do
Pulmão a arte quer-me ruim das vistas
Talvez acreditam que são não terei mais
Motivos de chorar se estiver tudo bem
Comigo mas nunca posso estar bom
Totalmente bem nunca posso sentir-me
Completamente bem sempre um despojo
Meu estará numa encruzilhada como
Despacho sempre alguém usará umas
Gotas de meu sangue para algum pacto
Demoníaco sempre alguém venderá minha
Alma para conseguir algum benefício
Sempre meu espírito estará errante de
Necrotério em necrotério de cemitério em
Cemitério de sepultura em sepultura a
Procurar nos esquifes mais luxuosos nas
Campas tumbas ataúdes mais rasteiros
Um corpo em bom estado de conservação
O meu a matéria deteriorou-se não foi
Digno de sepulcro foi abandonado para
Pasto de abutres urubus corvos outras
Aves de rapina carniceiras cheguei a um
Sarcófago de ouro puro depurado maciço
Jubilei-me aí será a minha eterna morada
Abri o sarcófago mas qual o que lá dentro
Uma múmia velha enfaixada de molambos
Expulsou-me aos gritos de impropérios às
Carreiras assustado a perder ossos pelos
Caminhos preponderei-me nem tudo
Comigo acaba certinho

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 67; BH, 080902012; Publicado: BH, 02401202014.

Dialoguei a noite inteira com todas
As estrelas que encontrei na feira
Cósmica viajei tanto que quando
Regressei inda estava coberto de
Poeira da tempestade solar muitos
Astros queriam deixar em mim as suas
Reminiscências as suas reverberações
Fiquei impressionado por todos terem
Considerado-me um cavaleiro das
Constelações um conhecedor de
Galáxias visitante de cometas dos
Mais distantes todos os quasares
Reluzentes queriam habitar meus
Olhos foi com muito custo que
Expliquei que meus olhos trevosos
Não mereciam tanta luz até
Concentrações luminosas inda não
Detectadas pelos aparelhos terrestres
Pediam-me uma palavrinha comigo
Leva contigo um jazigo tem aí dentro
Um segredo um mistério sério muito
Antigo que talvez consigas desvendar
Pois nunca foi aberto por nenhum de
Nós por não estarmos aptos para tal
Teor encheu-me o peito de lisonja
De honra de nobreza ser assim
Escolhido para mensageiro tão
Especial não cabia em mim de euforia
De júbilos de exaltações pois o jazigo
Não trazia a morte nem o azar só sorte
Nenhuma premonição era só um pulsar
Que ficara órfão de pai mãe não
Tinha irmão um pulsar de rara beleza de
Uma cor de vermelho sem igual com tanta
Emoção em meu peito batizei-o de coração

Alameda das Princesas, 756, 66; BH, 080902012; Publicado: BH, 02401202014.

Aprendi por conta própria como um
Autodidata que para viver é preciso
Ter sabedoria não aprendi matemática
Nem geografia aprendi comigo
Mesmo filosofia criei a minha
Própria autonomia que para viver
É preciso ter uma filosofia tenho
A minha que não é a de ninguém
Nasceu antes dos pré-socráticos nasceu
Com os navegadores fenícios nasceu com
O primeiro homem símbolo da pré-história
Nasceu com a primeira mulher Luzia a dar à
Luz àquilo que foi chamado de primeiro
Homem foi assim que aprendi a
Resistir a sobreviver a ser forte pois
Se não fosse isso não estaria aqui
Aprendi com a consciência das primeiras
Pedras enviadas pelos universos que
Trouxeram nelas gravadas as mensagens
Secretas para serem decifradas são
Pedras que vieram além dos limites dos
Infinitos cada uma com um código
Uma conjectura um dito cada uma com
Um composto uma fórmula um elemento
Um organismo para chegar aqui
Viajaram milhões de milhões de anos-luz
Com os impactos das chegadas estão
Às grandes profundezas debaixo dos
Picos de montanhas de cordilheiras
Dessas densas pedras nasceram os homens que
Vieram dos subterrâneos para formar
As civilizações distintas que tiveram o
Aprendizado desprezado preferiram ser
Extintas poucos vestígios ou quase nada
Sobraram desses seres só com muita
Procura árdua labuta nas entranhas dos
Mais recônditos sítios às vezes é possível
Encontrar um caco fossilizado dalgum
Osso do que era um esqueleto ambicionado

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 65; BH, 08092912; Publicado: BH, 02301202014.

Converso telepaticamente com outros
Seres em busca doutros pensamentos
Ideias sentimentos a mim não
Interessa mais conversar com quem
Mata o outro de fome de sede
Sem trabalho saúde converso
Com extraterrestres com seres alienígenas
Demônios doutros universos pois não
Desejo mais contato com quem faz guerra
Joga bombas nas criaturas da natureza
Vive com estupidez ignorância não
Simpatizo mais com o capitalismo com o
Imperialismo o neoliberalismo com o
Consumismo desenfreados quero
Distância de religiões todas menos
Das que já existiam aqui antes do catolicismo
Chegar com seus dogmas tabus preconceitos
Pecados as religiões pelas quais inda
Demonstro algum respeito são as religiões
Dos pretos africanos com seus rituais
Tribais antes de virarem escravos as
Religiões dos índios que viviam sossegados
Na América antes de chegarem os
Portugueses os espanhóis para dizimar
Com todos com tudo por isso busco a
Psicografia com homens pré-históricos
Contatos imediatos telepatia com mortos
Aqui a comunicação tornou-se superficial
Subjetiva leviana propagam a mentira
Enganam a todos vendem o supérfluo como
Se fosse coisa útil como ninguém quer
Aprender a viver nem sabe o que é o viver
A maioria pensa que o viver é o não pensar
O não meditar o não refletir é não ter
Razão para viver vou totalmente para o lado
Contrário para o lado desses que vivem ocultos

Alameda das Princesas, 756, 64; BH, 070902012; Publicado: BH, 02301202014.

Tu viajante quem és? um velho à procura
Do nada quando chego perto olho
O horizonte vejo que está bem mais
Distante tu quem és? um velho em
Busca de letras velhas de palavras velhas
Acorrentadas em profundas cavernas
Que não gosta de nada que é novo
Não gostas de nada que é novo? sim o
Novo o belo reluzem brilham faíscam
Atraem é a vaidade que faz isso é a inveja
O orgulho penso que já estou desprendido
Desses sentimentos gostas do que é novo?
Gosto dos novos horizontes dos novos
Infinitos dos universos bebês que nascem
Todo dia então não explicaste-me de qual
Brilho gostas de qual faísca o que que reluz?
Exatamente os astros mais longínquos que
Aparecem aos nossos olhos como faísquinhas
Tens encontrado muitas palavras velhas, muitas
Letras velhas velho? algumas tão antigas que
São indecifráveis viraram símbolos outras
Letras de tão velhas não pertencem a nenhum
Alfabeto para encontrá-las é necessário ir
Aos locais mais inacessíveis à vida à luz
Para que tanta obsessão com essas letras com
Essas palavras anciãs ancião? é que pretendo escrever
Um poema que seja pai duma poesia que
Tenha no genoma o dna do classicismo perdido
Velho penses numa coisa quando encontrares
Essas letras senis essas palavras decrépitas
Fizeres esse tal poema essa tal poesia todos
Chamaremos de novo de inédito vens com
Essa de que não gostas de nada novo
Já ao asilo velho tu viajante quem és?

Alameda das Princesas, 756, 63; BH, 070902012; Publicado BH, 02301202014.

Tamarindeira dá-me um tamarindo bem azedo aí
Daqueles do meu tempo de menino como era
Bom quando era menino minha avó ralhava
Comigo não assusta o curió do teu tio cuidado
Para não espantar o sabiá me ensinava a fumar
Mandava acender o cigarrinho de palha dela lá
No tição em brasa no fogão de lenha fogão feito
De barro branco que ficava na cozinha com chão
De terra batida o banheiro era atrás da casa
Mesmo tudo jogado pela janela num canto do
Fundo do quintal a água para beber ficava num
Pote água fresquinha a pimenteira na porta da
Casinha em cima dum barranco tamarindeira da
Praça no centro da cidade manda um tamarindo
Bem azedinho aí o jatobá também manda-me
Um a ingazeira manda-me um ingá a pinheira
Uma pinha menino olha o curió não espanta o
Sabiá o canário, como canta é da terra o coleiro
Também quer cantar está na muda fica mudo mas
Depois solta a voz nas estradas menino de poeira
De pé no chão de alma coberta de pó do peito
Sem camisa detestava comer quiabo maxixe
Jiló lá vem a minha avó vem cortar couve para a
Minha mãe sossega menino quer apanhar?

domingo, 21 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 62; BH, 070902012; Publicado: BH, 02101202014.

Como gosto de sonhar que estou a voar a
Pousar em torres de igrejas em altos de
Montes morros picos cumes de montanhas
Como gosto de sonhar que estou a voar a
Acompanhar velhas naus nas Grandes
Navegações a acompanhar navios piratas
Em suas batalhas embarcações fenícias
Com suas travessias sem brincadeira
Até acordado gosto de sonhar que estou
A voar a visitar universos em modernas
Naves espaciais quando estou a sonhar
Quando durmo não gosto de ser acordado
Quando estou a sonhar acordado não
Gosto de dormir gosto de sonhar também
Que saio do meu corpo levito acima de
Mim a olhar meu corpo aqui na terra lá do
Alto às vezes até acredito que saio
Realmente do corpo dou umas viagens
Pelos universos não vou perto não vou
Longe ao infinito não sei como não
Enterraram meu corpo por pensarem que
Estivesse morto pois costumo demorar
Muito nessas viajadas numa hora dessa
Enterram-me ou cremam-me não
Poderei mais voltar ao meu corpo terei
Que ficar perdido lá pelo espaço sideral
O que até pode ser um lado positivo
Pois posso encontrar com muita gente
Boa que partiu na minha frente
Oníricamente prefiro sonhar a viver
Viver é para quem sabe é muito
Complicado como gosto de sonhar
Que estou a voar deixem-me aqui
Acordado não despertem-me jamais

Alameda das Princesas, 756, 61; BH, 070902012; Publicado: BH, 02101202014.

Todo menino tinha um muro aquele
Muro não era para o emparedar mas
Para o menino o transpor subir brincar
Pular de cima ou para pura e simplesmente
Assistir as peladas observar a tarde tudo
O mais todo menino tinha uma corda
Que não era para enforcá-lo mas para
Fazer um balanço brincar de escoteiro
De laçar vira-latas nas ruas ou para bater
As meninas pular todo menino
Tinha uma bola era o seu troféu com a
Bola o menino era o rei dos campinhos
Todo menino tinha um cachorro fiel um
Cão que o acompanhava a todos os
Lugares entendia tudo que o menino
Fazia todo menino tinha seu tesouro
Onde escondia as bolinhas de gude latas
Com terra minhocas coleção de ferrinhos
Pelotas para estilingues linhas para soltar
Papagaios todo menino não gostava de
Estudar a única ambição era a de ser
Menino não gostava da Matemática
Nem dos seus números mas de nadar
Nos rios colher frutas no mato caçar
Passarinhos todo menino era rico não
Sabia era livre não sabia tenho um
Segredo para contar que nunca
Contei para ninguém é um segredo só
Meu que sempre guardei em meu
Coração igual todo menino guardava
As suas coisas numa caixa ou num
Baú velho nunca deixei de ser menino

sábado, 20 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 60; BH, 040902012; Publicado BH, 02001202014.

Quando o meu corpo baixou ao necrotério do
Instituo Médico Legal para as análises de
Praxe a autópsia a necropsia a lavratura de
Ocorrência de causas mortis o legista
Responsável perguntou indignado qual a idade
Deste ancião coitado parece-me um ser
Pré-histórico? alguém respondeu não não é
Tão idoso assim como não? com todas essas
Rugas corpo ressequido carnes músculos
Flácidos sim mas não tem todo este tempo
Não é que levou uma vida de devassidão prazeres
Orgias farras em companhias de putas concubinas
Meretrizes raparigas em muitas noites perdidas
Assim ficou com essa aparência de velho traste
Decrépito de ser pré-histórico fossilizado mas
Na realidade a idade é menos do que o
Tempo dele aparenta o legista a redigir o laudo a
Redigir o atestado de óbito lavrou lá cadáver
De pouca idade que no fundo apresenta
Sequelas de pessoa que viveu muito mas é
Totalmente ao contrário segundo testemunhos
Viveu pouco porém na perdição o que deixou
O corpo como se fosse um carvão a pele
Encrespada morreu inda a pouco quem olha
Pensa que está em adiantado estado de
Decomposição o melhor seria enterrar logo
Ou queimar se houver velório não abrir o
Caixão caixão lacrado ou todos que depararem
Como o defunto sairão a correr em disparada
Como se estivessem visto a mais feia assombração
Assinou o atestado foi internado num hospício

Alameda das Princesas, 756, 59; BH, 040902012; Publicado: BH, 02001202014.

Nas estranhas entranhas subterrâneas subitamente
Deparei com um tesouro um ossuário com esqueletos
Intatos de gente de vários teores uns de marfim
Outros de mármore como se fossem das alvas
Montanhas de Carrara outros ainda de ouro
Branco mais adiante caveiras nobres de platina
Prata diamante variados metais desconhecidos então
Pensei com meus velhos encardidos ossos estou
Rico que maravilha de tesouro mais caro do que os
Das Minas do Rei Salomão comecei a fazer um
Levantamento a calcular num inventário em cifras o
Que me representaria onde poderia os vender no
Mercado ao melhor preço de ocasião meus velhos
Encardidos ossos numa rebeldia inesperada se
Enciumaram velho ingrato a nós que aqui estamos que
Sempre o carregamos aos lugares que desejavas ir
Nunca nos fizeste festas por nos encontrar sempre
Contigo já a esses esqueletos milenares que com o
Tempo viraram marfim ouro, platina prata mármores,
Diamantes variados metais desconhecidos calculas quanto
Valem nós não valemos nada? nós que o sustentamos
Velho quando tremes alquebrado com medo de cair
Meus ossos que me levais por mais caros que sejais
Para mim onde por ventura encontraria quem quereria
Pagar um preço bom por vós? nos açougues das
Cidades estão à venda ossos inda frescos com
Nacos de carnes com cartilagens tutanos com
Preços bem mais em conta que podem ser
Aproveitados num suculento ensopado

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 58; BH, 040902012; Publicado: BH, 01901202014.

Todo texto novo só serve se for velho todo
Texto moderno só serve se for ultrapassado
Todo texto que está na moda só serve
Se estiver fora de moda todo texto vivo
Só serve se estiver morto escritor
Que é escritor vive recluso em eteno
Casulo vive como se estivesse asilado
Num asilo dum albergue nas montanhas
Ou nas entranhas dum subterrâneo
Todo texto raso tem que ser profundo
Todo texto profundo tem que ter fundo de
Barro como fundo de poço onde se deposita
A melhor argila para se moldar um
Utensílio todo texto nobre tem que
Ser erguido como se ergue uma
Montanha de grão em grão de terra
Que depois é solidificada pelo tempo
Todo texto qualquer o cego enxerga mas
O texto sublime ao visionário é preciso
Tatear enxergar com todos os olhos como
A boca fala todos os nomes todo texto
Mortal só entrará para a posteridade
Quando o autor estiver na eternidade
A escrever nas linhas do infinito
As palavras que regem o segredo da
Imortalidade todo texto embriagado
Causará uma ressaca uma dor de cabeça
Mas depois de digerido virá uma lucidez
Uma noção uma luz de razão do poste
Fincado no coração todo texto pode
Ser escrito as letras estão aí ovelhas
Todo texto pode ser formado as palavras
Estão aí rebanhos todo texto pode ser
Firmado os pés estão ali sustentados nas
Pirâmides que flutuam nas areias dos desertos

Alameda das Princesas, 756, 57; BH, 040902012; Publicado BH, 01901202014.

Não líamos não lemos não vamos ler nunca
Não somos chegados à leitura aos livros às
Letras às palavras aos verbos à gramática
Somos uns assassinos da arte literária
Matamos as obras-primas os romances as
Obras de arte não preservamos a cultura
Ou a educação o ensino ou o erudito
É uma pena desprezarmos assim a
Poesia não fazermos questão da escrita
De falarmos bem o idioma é horrível
Quando assassinamos a língua pátria
Não nos envergonhamos isso faz com
Que nos perpetuemos nos erros no falar
Inconvenientemente meus pais queriam
A minha perfeição o que era impossível
Minha mãe na matemática o meu pai
No português no inglês não me davam
Trégua o que me faziam até não
Compreendê-los percebo que estavam
Com a razão se não passamos a coisa certa
Aos nossos filhos eles passaram aos deles
Que persistirão nos mesmos defeitos me
Chega a notícia que a Biblioteca Nacional
Está cheia de infiltrações ratos baratas
Cupins traças percebo que no Brasil é uma
Causa perdida para guardar os livros
Preferimos perpetuar no poder um pária
Que nos sai tão caro igual ao José Sarney do
Que proteger uma biblioteca preferimos
Manter um congresso de parasitas que
Custa-nos os olhos da cara um
Judiciário luxuoso mas inútil que não
Tem eficiência para nós abandonamos
Os livros realmente somos um povo
Inusitado conservamos políticos inescrupulosos
Destruímos a nossa valorosa cultura

Alameda das Princesas, 756, 56; BH, 040902012; Publicado: BH, 01901202014.

Rapaz aprendi a deixar de ser ansioso
Creia aprendi a deixar de ser
Desesperado angustiado dei um
Grande passo em direção à evolução
Aprendi a deixar de ser estúpido
Dei uma guinada no meu caminho
Aprendi a deixar de ser bizarro rapaz
Nem te conto acredita tracei um
Norte em minha vida adquiri
Conhecimento aprendi algo importante
Como deixar de ser mesquinho
Mórbido as coisas básicas que impediam
A minha sobrevivência consegui
Dominar com um pouco de perfeição
Já falo melhor escrevo melhor
Vejo um pouco melhor já sei até
A andar nem me aborreço mais
A alegria chega ao peito quando
Se aprende algo é pura maravilha
Quando se aprende a beber a comer
É ótimo quando se aprende a viver
Confesso a ti sem sombras de
Dúvidas aprendi a deixar de ser
Ignorante é como se uma luz
Brilhasse em mim já presto atenção
Observo muitas coisas das quais
Não tinha percepção que benção
Meu irmão sinto-me um deus
Por ter acabado de atingir o que
Mais almejava mortificava-me o não
Saber estas coisas acredita mumificava-me
Esta falta de teor vê bem em poucos
Minutos quantas coisas te falei com
Quantos sons preenchi teus ouvidos antes
Encontrava-te era um mudo no mundo

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 55; BH, 040902012; Publicado: BH, 01701202014.

Cantaram que o samba acabou contaram
Que o samba morreu mas o que sei é
Que nada disso aconteceu o samba
Viveu o samba vive o samba viverá na
Alma daquele que sabe encantar nos pés
Daquele que sabe sambar na boca de
Quem sabe cantar com a altivez a
Elegância dum sabiá a minha terra é
Terra de bambas mestres menestréis
Bacharéis mulatas passistas malandros
Sambistas batucadas madrugadas um
Verdadeiro carnaval a minha terra é um
Terreiro nacional aqui desembarcaram
Todos os deuses africanos nos brindaram
Com os seus cantos nagôs suas rezas
Cantigas pais mães do samba com
Seus tambores sagrados a nos ensinar
Na palma da mão o que levamos para o
Altar da mesa dum bar o samba é eterno
Minha gente o samba é de chinelo pé no
Chão o samba também é de gravata
Terno de bermuda camiseta o samba
Não é para se guardar na gaveta não é
Para se envergonhar na hora de sambar
Batucar o samba é uma louvação
Cantemos o samba em oração que
Maravilha são os tamborins a bater
No peito duma bateria chocalhos nas
Mãos no ritmo do coração a cadência do
Samba é a minha salvação o samba já
Chegou ao céu desde os tempos de Noel
Outros bardos retumbantes que aqui
Deixaram no papel as raízes plantadas
Nesta terra fértil árvores que dão frutos para
A história do samba que é a nossa glória

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 54; BH, 040902012; Publicado BH, 01601202014.

Machu Picchu que era a cidade eterna
No cimo mais alto da Montanha Velha
A verdadeira Morada do Sol os incas
A construíram no século XV lá as
Brincadeiras mais apreciadas eram os
Estudos astronômicos os cálculos
Com precisão dos solstícios dos
Equinócios a civilização avançada foi
Exterminada pelos colonizadores com o
Assassinato do último nobre imperador
O Túpac Amaru essa é a tristeza da
História o direito que a colônia pensa
Ter ao exterminar o colonizado com
Isso põe fim a um período de sabedoria
De evolução além do saquear das
Riquezas foi o que aconteceu também
Com os astecas com os maias esses
Espanhóis criminosos inda nos tempos
Modernos vão à África exterminar a
Fauna que já quase extinta principalmente
Os elefantes como fez a pouco esse feio
Rei espanhol Juan Carlo um grande mau
Exemplo de nobreza não chega nem
Aos pés  dum nobre como foi o Túpac
Amaru hoje os espanhóis sofrem as
Maldições lançadas contra eles pelos
Espíritos daqueles que exterminaram por
Histórias assim que às vezes me pego a
Chorar choro por tais crimes tais almas
Tais civilizações que os colonizadores
Hediondamente riscaram da face da
História quem dera se nós tivéssemos a
Sabedoria desses antepassados o
Conhecimento desses ancestrais sagrados

Alameda das Princesas, 756, 53 b; BH, 020902012; Publicado: BH, 01601202024.

Cada um faz a democracia à sua maneira
O que torna a nossa democracia mambembe
Uns colocam nos automóveis sons que ao
Mortal comum ensurdeceria outros viram
Na cara dura dizem assim ao transeunte
Não pode parar aí na calçada não vai
Atrapalhar a frente da loja fala isso para a
Pessoa atônita ali a pé sem nenhum remorso
Outros colocam na portaria do edifício na
Parede do lado de fora proibido aglomeração
Como que se alguém que mora ali manda
Alguma coisa nas pessoas que circulam pelas
Adjacências é cada uma que vejo que chego
A ficar impressionado como pode alguém
Pensar que por ser estúpido o povo todo é
Estúpido ou imbecil? é muita falta de civilidade
Muita falta de cordialidade democracia é
Plena geral irrestrita à toda à nação brasileira
Não se pode de acordo com as circunstâncias
Cada um fazer a sua lei aí fica muito complicado
Atropela-se o respeito destrói-se o direito do
Cidadão ao abusar do direito próprio como
Se fosse um privilegiado a democracia é para
Ser amada preservada para todo o povo
Unido andar de mãos dadas com a
Democracia é para ser idolatrada reverenciada
Não atacada através das coisas mais banais
Um país igual ao Brasil imenso que se tornou
Referência no mundo a democracia tem a
Tendência de permanecer mais sólida cada vez
Mais influente ainda um viva um salve ao
Brasil à sua democracia ao seu povo

Alameda das Princesas, 756, 52; BH, 020902912; Publicado: BH, 01501202014.

Perdoais estas minhas lágrimas é que
Tirei o domingo para chorar perdoais
Este meu pranto é que escolhi hoje
Para lamentar quero gemer sem
Parar ai ai ai ai quero chorar
Porra chorar muito caralho preciso
Chorar deixais-me chorar assim
Que se escreve ou como é? não sei
Porra nem quero ter motivo para
Saber quero chorar se tendes ou
Não motivo chorais também por
Alguém por qualquer coisa se não
Chorais parais agora saiais de perto
De mim só quero companhia de quem
Chora de quem gane de quem faz
Igual os pretos faziam debaixo das
Chibatas atados aos pelourinhos;
Chorais para lavar aquelas pedras
Onde o sangue deles fico marcado
Chorais igual os pretos faziam quando
Chegavam à Porta da Viagem Sem
Volta salve Mandela Mandiba mau pai
Salve Mandiba Mandela é sou assim mesmo
Chorão meu pai velho não fica com
Vergonha do teu filho chorão é muita
Dor em meu peito preto sofredor o meu
Coração Pessoa neste momento não
Finjo a única prova que tenho do meu
Pranto é este canto tu que és uma
Fortaleza nunca me mostraste um
Choro teu moraste na África
Conheceste vários de ti dentro de si
Nenhum derramou uma lágrima mas
Lamento tudo para mim é tormento
Alguém aí diz para mim assim perdoo-te

domingo, 14 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 51; BH, 020902012; Publicado: BH, 01401202014.

É domingo vejo os sabiás na amendoeira
Não acredito é domingo choro neste
Momento as andorinhas passeiam no azul
A única coisa que este estúpido sabe fazer é
Chorar levanta os olhos para cima imbecil
A amendoeira está a zombar de ti até os
Bem-te-vis não te dão a mínima as letras
As letras saltitam fogem de ti o mais cruel
Perdeste as palavras as palavras estão na
Tua dianteira há bilhões de anos-luz
Não pegas nada não percebes nada não
Tens um bilionésimo de segundo de
Percepção todas as tuas portas estão
Fechadas meu caro Brecht inda quis
Ajudar-te mas és imperfeito demais
É domingo não vejo mais a amendoeira
Os sabiás nem os bem-te-vis não vejo
Mais o firmamento acredito então
Estão todos lá fora existem sem mim
Não existo nem em mim sequei a
Lágrima disfarcei a voz não choro mais
Inda fungo um pouco mas não é isto que
Faz-me existir o que me faz existir é não
Sentir fragilidade é sentir confiança fé
Na minha garantia acreditar na minha
Segurança, no meu poder de potência
Na minha consciência é nisto se tivesse
Que existiria mas, não tenho não me
Tenho então não me sou aonde
Andarão os meus pensamentos? quem
Sabe de mim? aonde andarei que não me
Encontro de forma alguma? Bertoldo
Besta gritei é domingo Bertoldo não
Obtive resposta mas alegrei-me até que
Enfim olhei para mim que final feliz

Alameda das Princesas, 756, 50; BH, 020902012; Publicado: BH, 01401202014.

Fragilizado vi árvores mortas vi
Matar índios loucura vi colocar
Fogo nas florestas sério vi queimar
A fauna viva vi queimar a flora nativa
Viva doidice meu é muita maluquice
Derramar petróleo no mar inda matar 
Baleias que amamentam cantam
Matam golfinhos focas seus bebês
É demais meu fragilizado fico
Fragilizado choro à toa à toa
Matam mulheres crianças é muita
Insanidade falta de consciência
Matam anciãos tem gente que tem a
Coragem de acabar com o belo
Mata um adolescente que loucura
Meu só muito doido só muito louco
Se todo mundo escrevesse um poema
Se todo mundo escrevesse uma poesia
No lugar de jogar bombas no lugar de
Colocar fogo nas coisas poluir a
Natureza é demais ao meu coração
Fico rude a morrer fico morto
É muita maldade desviam dinheiro
Da saúde da merenda escolar é
Muita ruindade que espalham no meio
Do povo a miséria a pobreza a
Desgraça é muito ódio rancor ira
Raiva é muita falta de educação
Fazemos questão de demonstrar que
Não somos educados não somos
Civilizados não exercemos a cidadania
Não respeitamos o direito doutros
Não sabemos o que é democracia só
Por que tem demo no nome pensamos
Que é coisa do demônio é uma
Palavra tão bonita democracia deveria
Ser escrita com letras maiúsculas pena que
Não a colocamos em prática temos vergonha

Alameda das Princesas, 756, 49; BH, 020902012; Publicado: BH, 01401202014.

Aqui não passa ninguém quanto mais um
Alguém nem passo aqui quando
Olhei sem querer olhar não é que
Vinhas lá pensei Deus gosta demais
De mim gosta tanto de mim que
Deu-te para mim é tua toma
Lá leva-a para casa fiquei tão
Feliz mas tão feliz que sozinho
Senti-me no meio duma multidão
Sozinho vi-me acompanhado
Estavas do meu lado Deus estava
Do meu lado sou estava do meu
Lado minh'alma estava do meu
Lado meu ser estava do meu lado
Meu espírito estava do meu lado
Minha sombra estava do meu lado
Não faltava mais ninguém do meu
Lado não faltava mais alguém do
Meu lado parei pensei procurei gritei
O mundo está aqui do meu lado
O universo está aqui do meu lado
Senti-me curado vi-me sarado
São não estava mais doente insano
Inconsciente agora gente não posso
Mais dizer aqui não passa ninguém
Quanto mais alguém se vi na areia
As pegadas de Deus vi o olho azul
Dele a me olhar de dentro do mar
Ouvi a voz de Deus a me falar no
Marulhar das ondas meu filho quero
Te amar meus olhos encheram-se
De lágrimas chorei lavei o rosto
Receio ver a face é muita perfeição
Para mim não mereço não posso
Alegrar-me assim sou tristeza sou dor só
Mesmo Tu Senhor para fazer-me emocionar

Alameda das Princesas, 756, 48; BH, 020902012; Publicado: BH, 01401202014.

Não gostou nunca de mim por que quis
Por que não quis não gostou nunca
De mim não gostar de mim nunca é
Não gostar do meu samba da poesia do
Meu samba da minha poesia não
Gostou nunca de mim por que quis
Não gostar de mim é não gostar dela
Nem do poema que fiz para ela
Nem do poema dela do poema que
Ela é a dediquei minha dedicatória
Minha vida minha história o que foi
Que fez? o que toda mulher não faz
Disse até nunca mais ora vejais vós sós
Rasgou o meu paletó igual a uma
Traça no livro o encheu de furos no
Duro gargalhou na minha cara palhaça
Sem dó ré mi fá sol lá si chuva aqui
Com a clave no meu coração me
Deixou na mão sem bilhete sem
Passagem não passei na linha do trem
Era tudo que faltava me faltou não
Sobrou para mim nem o bagaço da
Laranja foi assim que o meu samba
Acabou antes da madrugada voltei
À casa sozinha vazia sozinho sou que
Era malandro bamba arrependi-me
Fiquei com remorso se era para
Ficar assim melhor não fazer mas o
Tolo não aprende a viver pelo
Contrário o tolo não ensina nem a
Morrer todo mundo o olha o vê como
O bobo da corte apaixonado a beber nas
Esquinas não gostou nunca de mim por que
Quis por que não quis enfim foi assim o fim

Alameda das Princesas, 756, 47; BH, 0310802012; Publicado: BH, 01401202014.

Quanto tempo perdido sem olhar a lua
Quanto tempo perdido sem fitar o horizonte
Quanto tempo perdido sem furar o azul
Do firmamento com o olhar
Quanto tempo perdido sem sentir na face
A brisa do mar
Quanto tempo perdido sem saber aproveitar o tempo
Depois é chorar
Ai perdi meu tempo não vivi
Não sorri para uma criança
Nem admirei a sabedoria dum ancião
Aí é lamentar a reclamar da vida
A amaldiçoar o tempo
Quanto tempo perdido sem assuntar a tarde do sertão
Ou acompanhar o voo da garça
A coreografia do gavião
O plainar do urubu
Quanto tempo perdido carro de boi
Meu boi zebu
Que falta que me faz agora
Aquele tempo que tinha a hora
Não aproveitei
Lancei nas águas das fontes
Dos riachos dos regatos
As lágrimas das saudades que me tangiam o peito
Quase que afoguei-me
Quanto tempo perdido sem observar os luze-cus
Os besouros que moram nos ocos dos paus
As lavadeiras nas beiras dos rios suas cantigas
Suas roupas estendidas nos varais a quarar
Quanto perdido sem apreciar o café coado
Que o cheiro ia longe invadir o peito
Quanto tempo perdido nem o nosso santo Marcel
Saberá mais buscar para nós esse tempo veloz
Que voou para distante
São Proust que ilumine os caminhos
Para que encontre encerre a busca de tudo
Que não tive estava bem aqui perto de mim
Diante dos meus olhos cegos
Quanto tempo perdido sem enxergar o tempo perdido

Alameda das Princesas, 756, 46; BH, 0310802012; Publicado: BH, 01401202014.

O universo quando quiser interage
Comigo o infinito pode se apoderar
Do meu coração sou finito sou mortal mas
Estou à disposição dessas monstruosidades
O interagir com o universo ao ser
Possuído pelo infinito torna-me também
Tão universal tão infinito quanto
Uns fazem questão de religiosidades
Cultivam santos deuses querem para
Si céus salvações paraísos vida
Eterna no meio dos anjos nesse quesito
Sou bem mais ambicioso quero ir além
De todas as religiões criadas pelo homem
Nenhuma me surpreende não me
Apeteço a fazer parte deixo todas as
Religiões a seus criadores a seus
Seguidores que a mim não
Encham-me o saco não quero ser
Vítima de nenhum fundamentalismo
Religioso o dia em que quiser crio
Também uma religião me enriqueço
O primeiro mandamento seria
Gostar de dinheiro depois não dividir
Nada com os pobres comer do bom
Do melhor só iguarias beber os mais
Caros vinhos amar as mais belas mulheres
Mas como sou mais ambicioso já disse
Confesso que seria pouco para mim
Quero é romper as barreiras universais
Descobrir o fim das paralelas transportar
O infinito para dentro de mim ir lá no
Berçário dos universos ver os universos
Inda nenês muitos dos prematuros em
Incubadoras outros a mamarem nos peitos
Das mães ou em mamadeiras adotar um
Que seja órfão com todas as circunstâncias

Alameda das Princesas, 756, 45; BH, 0310802012; Publicado: BH, 01401202014.

Emparedei-me nesta pedra dela farei
Abrigo pois aqui não corro perigo esta
Pedra é firme de rochedo de rochas
Vulcânicas milenares de antigos vulcões
Resistente a tempestades terremotos
Furacões não se abala com maremotos
Tsunamis vendavais nem o tempo é
Capaz de desgastar esta rocha quem
Construir aqui fortaleza castelo morada
Nada temerá todos os minérios a
Compõe o que a torna uma rocha
Nobre do quilate dum diamante
Do valor dum ouro maciço é uma
Rocha que veio do espaço formada
No princípio do universo traz a
Mesma idade dele tem muita
Consistência muita consciência
Muita história para contar quem
Adquirir um teor assim com certeza
Nobre também se tornará quem tem
Uma libido destilada assim em pedra
Tão perene sempre terá firmeza onde
Colocar os pés equilibrará nas linhas
Paralelas será o ponto convergente do
Equilíbrio universal fiz o certo o perfeito
Emparedei-me aqui neste paredão
Perto dele sou um átomo ou melhor
Um dos componentes do átomo de tão
Imenso que é este sedimento em que me
Firmei fiquei inspirado de argumento
Cheio de pensamento como se tivesse uma
Imaginação de quem sabe reger uma
Orquestra sinfônica ser o regente
Filarmônico desta pedra que nasce
A cada choque de universo no infinito