segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Homo pinealens; BH, 02502601102016; Publicado: BH, 02801102016.

Homo pinealens
Vive de forma subcutânea cultiva a
Terceira visão pratica a clarividência a clariaudiência
Tem fórmulas do ocultismo sobrevive só engendrado
Em si entranhado nas entranhas nada lhe é estranho
Percebe o imperceptível abusa da lucidez perde
Tudo de natural ganha toda espiritualidade lateja
No escuro a sondar as trevas a luz artificial vai para
Um lado homo pinealens vai para outro capta as
Premonições nas suas reminiscências constrói nos
Terrenos subterrâneos hiberna nas locas cardíacas
Desprendido incompreendido lamenta a morte das
Estrelas chora as galáxias engolidas pelos buracos
Negros quer virar constelação colecionar universos
Dimensões ser sempre um gigante invisível quem
Pensa no que o homo pinealens tem nas adversidades?
Ninguém pensa mas tem amor-próprio ao
Próximo o moral é elevado a autoestima é alta a
Verdade nunca é a mentira é a verdade mesma pura
Nua crua aplicada por nascer nas eras glaciais é
Ultramoderno intra órgão livre de sentimentos
Mesquinhos justo despreza a injustiça o injusto o
Indiferente não perde a vida por nada nem teme a
Morte por tudo tem por ideal o sobrenatural canta
Dança medita reverbera todos morrem vive
Transcende essências repele excrescências aceita a
Dor mais aguda sem fingimentos por ser maior do que
A dor sereno orvalho de gelo mudo fala por 
Consciência de puro aço inoxidável

Morrerei sem ser sarado curado mas também; BH, 01501102016; Publicado BH, 02101102016.

Morrerei sem ser sarado curado mas também
Para quê morrer com boa saúde? morrerei
Esquecido pois nem lembrarei-me de mim
É bom morrer assim com a certeza de não
Ter muitos anos para viver-se é ótimo morrer
Sem ter nada já não tenho mais cabelos nem
Dentes vistas em muitos lugares do corpo
Nem pele já não tenho mais amor paz
Satisfação só canseira enfado de fim de vida
Preocupa-se ao morrer quem tem muitas
Coisas terá que deixar tudo aqui a graça de
Quem não tem nada como não tenho é que
Não deixa nada nem a vida lembranças
Recordações memórias nostalgias saudades
Até tentei curar-me mas malgrado meu ficava
Com mais ressaca do que com cura não ficava
Sarado restabelecido revigorado ficava
Cansado esgotado sem sangue para verter
Sem suor para molhar a camisa sem lágrimas
Sentidos emoções tristezas ou alegrias se
Pudesse dizer alguma coisa para alguém diria
Cura-te a ti mesmo quem o sou para dizer
Isto se não sei nem dizer alguma coisa para mim
Quanto mais para alguém? se tentasse dizer
Ouviria de volta não sabes de nada queres
Dar uma de falastrão? ora enfia a tua língua
Nalgum orifício da tua alma do teu corpo ou do
Teu espírito bem feito para mim não cuidei
Da minha vida não aprendi a viver nada posso
Querer passar a outrem pouparei os ouvidos de
Todos seguirei o conselho enfiarei minha 
Língua no buraco do tatu

domingo, 13 de novembro de 2016

Precipício precipitado de voo cego; BH, 0180802016; Publicado: BH, 01301102016.

Precipício precipitado de voo cego
Em queda livre preso às correntes
De ar psicossomático
De mergulho nas pedras vivas
Nada no rio de lava do magma do
Manto do peito da terra
É o leite de seio de mãe solteira
Que lança o leite nas rochas
Não amamenta os rebanhos
Nada nasce da semente lançada
No deserto;
A letra não vinga
A palavra não brota
A oração não atinge o coração
A sentença não é o veredicto da frase
O período não tem parágrafo
O parágrafo não tem artigo
O artigo não tem teor.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Não posso cansar-me a meta é; Publicado: BH, 0701102016.

Não posso cansar-me a meta é
Sair do escondido do oculto a teoria o
Tema são a cura a luz do sol o abandono
Do esconderijo das trevas da escuridão
Não posso esgotar-me o norte é a
Independência a potência o poder de
Não ser escravo do sistema não posso
Estafar-me a busca é constante o
Encontrado é pouco quase nada nulo
É insignificante mas não posso desistir
É persistir mesmo que seja no erro
Na absurdidade na desrazão no
Desassossego no correr de medo de
Covardia de falta de segurança de
Confiança ou garantia a noite não é
Tão longe a jornada tão distante
Daqui as estrelas são iguais de lá
Somos todos diferentes não olhamos
O sol de frente não olhamos a lua
Detrás de grão em grão os ventos
Formaram os montes do vômito
Da cratera nasceu a terra foi
Pisada de pé em pé a deixar pegadas
Nas rochas quentes derretidas na
Lava do vulcão não é luta em vão
Cada um pode ter uma porta uma
Chave na mão a porta esconder
Um muro de lamentação uma
Muralha de lamúria vista do infinito
Numa cordilheira cosida com a
Linha do horizonte cerziu-se uma
Imagem panorâmica tecida de tecidos
De velos de ouro num sonho que
Durou a eternidade que acordou-me
Para a posteridade na luz perpétua da
Manhã que nunca mais esquecerei
Se esquecer beberei para lembrar
Levantarei com força de gravidade
Do chão erguerei o mundo no
Ponto de apoio de minha alavanca
Escreverei a espera da canção a
Porta da imortalidade será aberta
Entrarei nela vivo a olhar um
Corpo morto no esquife de prisma

Ansiado por algo de inusitado que não; BH, 0250802016; Publicado: BH, 0701102016.

Ansiado por algo de inusitado que não
Acontece uma febre uma gripe um resfriado
Uma constipação uma infecção assombrado
Por medo da realidade sem conhecer a
Verdade assustado pela covardia unânime
Na alma no ser no espírito a depressão
Que prostra o corpo no chão é um abcesso
No cérebro a latejar a razão um tumor no
Cerebelo a detonar a intuição a percepção
Fica escondida atrás das retinas bombardeadas
A laser analisada por caleidoscópio a
Paisagem para de vibrar a fímbria
É o fim do universo que começa o
Inverso a guiar uma mão que
Implora um pedaço de pão ao som
Dum trovão à luz dum raio de
Premonição ai quem me dera ser
Aquela vela a perder-se além daquele
Horizonte daquele oriente não é uma
Vela é uma estrela é uma toalha branca
Num varal a corar minha mãe foi quem
Estendeu depois de lavá-la é muita roupa
Pouco sabão água quase nenhuma tanque
Não tem é pedra é anil na beira do
Rio lá se foi a pele da mão a preta
Ajudava calada não sabia falar não
Sabia escrever não sabia rezar mas
Sabia foder dava para uma fauna
Sedenta de quem não tinha o
Que comer um dia cansado o
Tempo parou alquebrado as horas
Caíram dos telhados a noite adentrou-se
De boca aberta a engolir o dia a vomitar
Astros na imensidão os enamorados correm
Aos beijos ao amor às juras de vida eterna

Uma âncora para fundear os navios; BH, 0901002016; Publicado: BH, 0601102016.

Uma âncora para fundear os navios
Uma baia de salvação um porto de
Angra um cais de invenção o marujo
Perdido o marinheiro em alto-mar o
Náufrago de refrega espera a bonança
Depois da procela do vendaval do
Temporal ó naus caravelas infelizes que
Desenharam histórias doutros torrões à
Flor d'água correntes que aprisionaram
Gentes libertadas noutros continentes
Os mapas mudaram o mundo o mundo
Mudou o homem o homem não mudou
A si mesmo depois de tantos morrerem
Para que o homem fosse homem o
Homem é pueril alma de menino um
Infantojuvenil mas só não é homem
Jogado de onda em onda levado de
Mar em mar afogado de oceano em
Oceano não vê a terra chegar a
Cada braçada mais distante está nada
Nada nada a areia muda de lugar o
Sonho galopou para longe numa
Tempestade a obra afundou a arte 
Secou na fonte com tanta água na
Fronte marinheiro desgraçado que
Pensava que era deus que dominava
Ventos sóis luas marinheiro caminheiro
Marítimo bálsamo de maresia âmbar de
Iguaria sangue de coração destemido de
Olhar aguerrido que fura as paisagens
Quando um negror pontua no horizonte
Um coração soluça de ansiedade