Encher a taça de vinho
A fazer todo o cogulo possível
Encher até transbordar o cálice
Abarrotar a mesa com iguarias
Acogular de guloseimas
A mesa preparada perante mim
Sem aplicar coima
Sem impor o pagamento de coima
Sem castigo sem censura
Sem acusar sem proibir
Deixar a vida fluir
Nada de acoimar o próximo e
Daqui levamos pouco
Ou quase nada
O tempo é muito curto
Não nos dá tempo
Para viver
Para que o açoitamento?
A tortura a morte?
O que precisamos mais é de acoitar-nos
Acolher-nos uns aos outros
Integrar-nos para nos entregar
Uns aos outros
Abrigar em coito numa boa cama
Esconder nos braços um doutro
Acoitar até ao amanhecer
Deixar de lado a violência
Nada de bater
Açoitar o ser
Castigar com açoite
Espancar até matar
Disciplinar sim agredir não
Fora com o chicote
Feito de tiras de couro
Nem em animais de carroças
Nem em animais de charretes
Nem noutros animais
Não merecemos golpes desses instrumentos
O açoite é uma calamidade
Qual uma palmada que pode fazer bem?
Bebamos o vinho então
Comamos as iguarias
Degustemos as guloseimas
Acoitemos sem violência
A pensar só na felicidade
Que podemos causar um ao outro
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