Fiz uma fogueira de acendalha
Numa noite de São João
Usei graveto seco
Maravilha com que acendi o fogo
Ficou uma bela fogueira
Nem precisou de acendedor
Foi só acender o fogo
A fogueira esquentou
Fez arder os olhos
Na hora de assoprar
Acalorou os enamorados
Que estavam à volta
A esperar as batatas assar
Instiguei cada vez mais
Até enlevar as chamas
Tudo inflamou-se
A impedir que a fumaça
Irritasse os olhos
Ainda bem que a lenha
Era madeira acendível
Não era madeira verde
Com a cinza no dia seguinte
Vou acendrar o corpo
Purificar a alma
Depurar o espírito
Como mandam as Sagradas Escrituras
Que todos se cubram de cinzas
Para estarmos preparados
Ao recebermos de Deus o acento
O destaque dado à emissão de nossas sílabas
Ao realçar-nos em relação aos que
Nos ficam contíguos
Mudar o tom de nossa voz
A inflexão o realce
O agudo também
Que é o sinal gráfico
Que se coloca sobre vogal tônica
De timbre aberto
É o ser circunflexo
Nos tônicos sub tônicos fechados
O nosso diferencial
Empregado para nos distinguir dos homógrafos
O sinal grave
Empregado em nossa crase
O cravo bem temperado
No sangue coagulado
O cravo da nossa cruz
Na qual morreu Cristo Jesus
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