Entre bulcões de fumo, indômito, ofegando,
Como ao sabor de um cego desatino,
Rola ruidoso o trem, ruidoso e formidando,
Por vales, serras e rechãs, vibrando
Na marcha triunfal do meu destino.
Ora num arremêsso agudo de investida,
Ora coleando, a exemplo das serpentes,
Exprime sempre o ardor de uma ânsia indefinida,
Fugaz vencendo as várzeas e vertentes,
Pontes e túneis, curvas e tangentes.
E assim, de solidão em solidão fugindo,
Sempre na mesma irreprimível ânsia
De circundar, ovante, o Globo, em giro infindo,
Vive à mercê da própria e íntima instância,
Na sedenta conquista da distância...
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