Paciência e peço paciência a mim
E não encontro paciência dentro
De mim, muito menos paz; nem paz
E nem ciência, quanto mais a
Paciência; já vivi o que tinha para
Viver, e não espero mais viver nem
Mais um dia; já morri o que tinha
Para morrer, e agora quero é reencarnar;
Quero é ser psicografado, ser chamado
Numa mesa, numa roda ao som de
Atabaques e tambores, com muita
Cachaça boa, charuto batuta, ou o
Legítimo Cohiba de Havana; quero
É muita mucama, cabocla bonita
Na roda, mãe preta e preto velho,
Exus guerreiros, e macumbeiros, e
Cantigas e lundus; e como dentro de
Mim é só confusão, não me para
Esta tremedeira da mão, ou será
Que é falta de mais um gole,
Para parar de tremer? minha avó
Era benzedeira, me benzia com
Uns ramos de arruda, e eu não
Levava na brincadeira, até me
Sentia melhor, depois da rezadeira;
Era para quebranto, espinhela
Caída, mal olhado, caxumba; mas
Para a falta de paciência, não tem
Reza que dê certo; penso que para
Paciência, é só uma bem gelada, ou
Uma boa talagada, da boa, de
Melhor qualidade, feita da garapa
Doce, da cana caiana, que D Ana
Felismina, gostava demais, e me
Deixou por herança, essa sede
Hereditária, que dá em mim,
Quando perco a paciência,
A paciência de D Naninha.
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