Sai o trovão da garganta do céu,
Rasga o relâmpago,
A face do firmamento,
Enrugada de nuvens,
Densas e enfurecidas;
A tempestade não tarda,
O vento uiva, e o aguaceiro,
Não pede licença;
E a mesma água,
Que molha o rico,
É a que molha o pobre:
Cai para todos;
Sem distinção,
E sem discriminação,
Sem preconceitos,
E sem nada;
Simplesmente cai,
Naturalmente e bela,
E tumultua tudo,
E derruba os barracos;
As árvores e os barrancos;
Sai o trovão,
Rasga o relâmpago,
Foge o raio;
Cai a água,
Água pesada,
Igual chumbo
E enche os rios;
Enche tudo,
Molha vidas, almas,
De todas essas pessoas,
Secas e insípidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário