Entre os desmaios de maio,
Azula o céu carioca
E o sol recolhe seu raio.
Macio maio!
Bem vindo
Aos que, de pupila doente,
Refugiavam-se, no poente,
Dos revérberos da praia.
Um frio azul se derrama
E colhe de rama em rama
Toda cantiga de pássaro.
É doce, ficar na cama.
O níquel das bicicletas
- Ante a franja turmalina -
Se desenrola nas retas
Sem fustigar as retinas.
Luz de seda!
Nos vestidos
Anda um prenúncio de lãs
E de agasalhos transidos.
Inverno, prepara as cãs.
Vou lagartear-me na areia
E onde emigram, neste maio,
As gentes de formas feias,
E descobrir nela côncavo
Dos pés de Lúcia Sampaio.
Mês de colóquio e surpresa,
Em que, sereno, o olhar gaio
Se infiltra na natureza
E se perde, achando-se...
Amai-o.
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