Longe de ti, na cela do meu quarto,
Meu corpo cheio de agoirentas fezes,
Sinto que rezas do Outro-mundo, harto,
Pelo teu filho, Minha mãe, não rezes!
Para falar, assim, vê tu! já farto,
Para me ouvires blasfemar, às vezes,
Sofres por mim as dores cruéis do parto
E trazes-me no ventre nove neses!
Nunca me houvesses dado à luz, Senhora!
Nunca eu mamasse o leite aureolado
Que me fez homem, mágica bebida!
Fôra melhor não ter nascido, fôra,
Do que andar, como eu ando, degredado
Por esta Costa d'África da Vida.
(Coimbra, 1889.)
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