Falo tanto em fome e em miséria,
Que até corro para comer um
Pedaço gordo de costela com
Mandioca, arroz e feijão, batata
E agrião, farofa e macarrão; pois
É a única coisa que consigo fazer;
É comer e crescer a barriga; e se
Tivesse de espiritualidade, o que
Tenho de fome; se tivesse de
Cabeça, de cérebro e de razão, o
Que tenho de barriga, teria outra
Visão; mas que nada, enquanto
Diminui o pensamento, enquanto
Bloqueio a mente, a barriga não
Tem limite; sinto vergonha e
Escondo-me de barriga tão
Estrondosa, parece que estou
Grávido de trigêmeos; falo tanto
Em miséria, que como igual a
Um miserável, como feito um
Desgraçado, que mesmo a saber,
Que está para morrer, não para de comer.
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