Sem ti, doce Volúpia, o viver e o morrer
Teriam, desde o berço, idêntico valor:
De toda a criação, universal pendor,
Com que força fatal, tu consegues prender!
Tudo, por ti, aqui se passa.
Por tua causa e tua graça,
A duras penas todos vão:
Não há soldado, capitão,
Nem fidalgo, plebeu, nem Ministro de Estado,
Que em ti não tenha o olhar pregado.
Das Musas na afeição, se, de serões nascido,
Um agradável som não nos encanta o ouvido,
E se ele não nos traz amena sensação,
Tentamos nós uma canção?
O que, pomposamente, é chamado de glória
E, nos jogos d'Olimpo, exalçava a vitória,
Precisamente, és tu, Volúpia divinal.
E seu preço não tem o prazer sensual?
E então por que os dons de Flora,
O por-do-sol, a linda Aurora,
Pomona e seus finos manjares,
Baco, razão dos bons jantares,
Florestas, fontes, pradarias,
Mães de fagueiras fantasias?
Belas artes, por quê? de quem és a nascente,
Por que tanta beldade, amável, atraente,
Se não pra vires, até nós, sempre morar?
Eis o meu parecer, por mais procure alguém
O seu desejo castigar,
Algum prazer inda lhe vem.
Ó Volúpia gentil, que, na Grécia de ourora.
De um pensador foste senhora,
Não me desprezes não: vem à minha morada
Não ficarás sem fazer nada:
Amo os livros, o amor, música e diversão,
Cidade, campo, enfim; o mundo nada tem
Que não seja enorme bem,
Mesmo o aflito prazer de um triste coração.
Vem, pois, e desse bem, ó Volúpia querida,
Queres então saber a medida acertada?
Pelo menos preciso uns cem anos de vida,
Pois trinta só é quase nada...
Belas artes, por quê? de quem és a nascente,
Por que tanta beldade, amável, atraente,
Se não pra vires, até nós, sempre morar?
Eis o meu parecer, por mais procure alguém
O seu desejo castigar,
Algum prazer inda lhe vem.
Ó Volúpia gentil, que, na Grécia de outrora,
De um pensador foste senhora,
Não me desprezes não: vem à minha morada
Não ficarás sem fazer nada:
Amo os livros, o amor, música e diversão,
Cidade, campo, enfim; o mundo nada tem
Que não me seja enorme bem,
Mesmo o aflito prazer de um triste coração.
Vem, pois, e desse bem, ó Volúpia querida,
Queres então saber a medida acertada?
Pelo menos preciso uns cem anos de vida,
Pois trinta só é quase nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário