No silêncio da noite sem luar
Sem cometas errantes sem cães
A ladrar lobisomens dançam
Iluminados por luzes de vaga-lumes
Vagabundos que não querem dormir
Em suas tocas não procuram as
Árvores prediletas para descansar as
Asas ligeiras a luz da lanterninha
Traseira o céu é um manto de breu
Berço ideal para um festim as
Mariposas lascivas buscam luxúrias
Com pirilampos malandros
Pernilongos sedentos a orquestra
De sapos coaxa no brejo as rãs
Pulam com suas pernas métricas
Abertas línguas elásticas caçam
Coçam a coreografia está formada
À beira da lagoa no matagal só
Vultos de quatis corujas teiús
Outros lagartos são bichos noturnos
Morcegos épicos gladiadores em
Voos kamikazes contra a escuridão;
Um verdadeira noite de assombração
É assim no mato na roça é assim no
Sertão na fazenda quando de repente
Rasga-se o véu pouco a pouco chega
O cor de rosa a noite que foi toda
Possuída emprenhada engravida
Dá à luz a um dia um filho novo
Seres estranhos correm voam
Noviços em todas as direções
Antes que um raio desse sol novo
Encontre seus corpos sensíveis
À claridade desse dia nascente
Desse dia infância de criança
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