Preciso aprender a sofrer
Tão covarde de medroso
Que qualquer sofrimento
Põe-me abaixo preciso
Aprender a ser solitário
Um lobo da estepe a
Uivar sozinho a vagar
Pelos prados um leão
Ferido sem alma à vista
Que lhe queira curar
Preciso aprender a
Padecer a morrer todo
Dia a perecer toda noite
A amanhecer podre
Largado em cima
Duma maca de mesa
De dissecação a sofrer
A autopsia ainda
Consciente apesar de
Estar em adiantado
Estado de putrefação
Preciso aprender a
Passar por isto
Contentar-me em
Dividir a lavagem
Que os porcos do
Chiqueiro se recusaram
Em comer alimento-me
Então dos meus próprios
Vermes tiro das minha
Feridas os bichos que
Saciam minha fome
Mato minha sede com
Meu próprio sangue venoso
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