sexta-feira, 15 de julho de 2011

Manoel de Barros, Comparamento; BH, 0150702011.

Os rios recebem, no seu percurso, pedaços de pau,

Folhas secas, penas de urubu

E demais trombolhos.

Seria como o percurso de uma palavra antes de

Chegar ao poema.

As palavras, na viagem para o poema, recebem

Nossas torpezas, nossas demências, nossas vaidades.

E demais escorralhas.

As palavras se sujam de nós na viagem.

Mas desembarcam no poema escorreitas: como que filtradas.

E livres das tripas do nosso espírito.

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