Os rios recebem, no seu percurso, pedaços de pau,
Folhas secas, penas de urubu
E demais trombolhos.
Seria como o percurso de uma palavra antes de
Chegar ao poema.
As palavras, na viagem para o poema, recebem
Nossas torpezas, nossas demências, nossas vaidades.
E demais escorralhas.
As palavras se sujam de nós na viagem.
Mas desembarcam no poema escorreitas: como que filtradas.
E livres das tripas do nosso espírito.
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