sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nietzsche, Rimus Remedium, ou: como os poetas doentes se consolam, BH, 0230202010.

Feiticeira do tempo
De tua boca baba escorre
Lentamente uma hora após outra.
Em vão todo meu desgosto exclama:
"Maldito, maldito seja o abismo
Da eternidade!"

O mundo - é de bronze:
Um touro furioso - é surdo aos gritos.
A dor escreve com uma adaga voadora
Em minha perna:
"O mundo não tem coração
E seria loucura dele querer um!"

Derrama todas as papoulas,
Derrama a febre!
O veneno em meu cérebro!
Depois de muito tempo experimentas
Minha mão e minha fronte.
Que pedes?
O quê?
"A que preço?"
-Ah!
 Maldita seja a jovem
E sua zombaria!

Não!
Volta!
Faz frio lá fora, ouço a chuva -
Eu deveria ser mais terno contigo?
- Toma!
É ouro: como a moeda brilha!
Te chamar "felicidade"?
Te abençoar, febre?

A porta se abre de súbito!
Chove até em minha cama!
O vento apaga a lamparina - miséria.
- Aquele que agora não tiver cem rimas,
Aposto, aposto,
Que vai deixar sua pele!

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