Bato à tua porta a pedir uma esmola pelo amor de Deus
O que tens a me oferecer ouro mirra incenso pão
Centeio vinho azeite carneiro assado araque arenque mas
Não entendes o mendigo à tua porta o porte andrajoso
Enche-te de piedade abres a tua porta ofereces a mesa
A cama os banhos os rebanhos pões a mulher à
Disposição ofereces a filha mas o essencial não tens
À sobrevivência do mendigo que recusa tudo que tens
Não aceita teus bens tuas migalhas até percebe que és
Mais pobre do que o mendigo que bateu em porta errada
Insistes em agradar a este pobre demônio fazes rezas
Orações oblações cantas os cânticos sagrados os
Hinos de louvores as cantigas de louvações queres
Lavar as feridas do ralado com tuas lágrimas ungir-lhe
A cabeça com óleo transbordar-lhe o cálice teimas
Obstinado que fazes de conforme com as leis divinas
A religião mas o mendigo na primeira mentira da
Religião pulou fora desceu do altar quebrou o
Santuário vem a noite com os ventos uivantes frios
O mendigo recebe açoites de rajadas pelos restos de
Andrajos trazes um prato com manjares pões diante
Mas, o mendigo implora pela esmola que precisa
Pelo amor de Deus ao não recebê-la levanta junto com
O semblante fita-te os olhos embaçados a voz é mansa
Balido de ovelha de suave sereno de carinhoso orvalho
Fica então com as tuas trevas continuarei a mendigar
Pelo mundo a luz de que tanto preciso para não morrer
Não mendigo o que tens mendigo a luz que pensei que
Tivesses para ser a lâmpada dos meus pés nos caminhos
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