Meu apendoamento não é real
Não tenho o dom nem a ação
De apendoar meu ser guarnecer
De pendões minhas muralhas
Deitar o milho a cana no paiol
Do meu castelo de areia perdi
Desde tempos longínquos
A aperceptibilidade natural
Na qualidade de caráter;
Não sou aperceptível tal o poeta
E o que posso aperceber cego?
Não sei avistar nem as coisas
Mais simples, que a vida põe
Diante do meu nariz sei que não
Sou um ser completo, não me
Tornei perfeito nem sou aperfeiçoado
O quanto quero percebo que ne o
Meu amor me torna aperfeiçoador
Minha paz não é aperfeiçoável
Os únicos qualificativos que
Tenho são os dados às flores
Sem cálices sem corolas
Indisfarçável aperiantáceo
Indiscutível aperiantado só
Nada me é mais aperiente
Nem me abre o apetite bebo
Perdi o gosto do aperitivo
Viver se tornou aposítico
Tornou-se aperispérmico o viver
Na ausência do perispermo da botânica
No final o que me cabe?
É apessoar a arma engatilhar o
Revolver levantar o cão da espingarda
Acabar com tudo ao disparar na cabeça
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