Eu quero à doce luz, os vespertinos pálidos,
Lançar-me, apaixonado, entre as sombras das matas -
- Berços feitos de flores e de carvalhos válidos,
Onde a Poesia dorme, aos cantos da cascatas...
Eu quero aí viver - o meu viver funéreo,
Eu quero aí chorar - os tristes prantos meus...
E envolto o coração, nas sombras do mistério,
Sentir minh'alma erguer-se entre a floresta e Deus!...
Eu quero aí unir a voz de meus martírios
C'os trenos, que murmura a brisa nos palmares
- As lágrimas guardar, no seio azul dos lírios,
E os soluços no seio dos trêm'los nenúfares...
Eu quero, da ingazeira - erguida aos galhos úmidos,
Ouvir os cantos virgens - da agreste patativa...
Da natureza eu quero nos grandes seios túmidos
Beber a Calma, o Bem e a Crença - ardente, altiva -
Eu quero, eu quero ouvir o esbravejar das águas
Das ásp'ras cachoeiras que irrompem do sertão...
- E a minh'alma cansada - ao peso atroz das mágoas -
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