Só sei viver assim ansiado
Não adianta que não sei
Deixar de ser aflito o meu
Amor não é desejado
Ardentemente nem por
Mim nada conheço que
Seja contrário à minha dor
Nada tenho em mim próprio
Para acalmar a dor que
Carrego dentro do meu
Coração quero algo
Antálgico um remédio
Anódino meu mal já é
Anoso todos sabem que
Tem muitos anos que se
Apoderou do meu ser na
Minha covardia crônica
Não sei destruir o anteface
O véu com que cubro meu
Rosto com a vergonha do
Meu medo é por isso que
No desespero não trago
Palavras de cortesia que
Antecedem a assinatura
De todas as minhas cartas
Sinto não ser uma antefirma
Não tenho motivo para tal
Tudo em mim é só mal
Sem qualidades de bem
Sem reflexos de bom não
Encontro pretexto para ser
Feliz nem ensejo para me
Contentar perdi a ocasião
De sorrir o motivo para
Alegrar-me voei nas asas da
Falda da ansa infinita
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