Tudo em mim envolve abnegação
Sou desinteressado pelas coisas
Abnegativo distante o possível
Já me enjoei das coisas que me
Cercam aqui injustiça violência
Pobreza então miséria que não se
Fala mais fome contumaz morte
Deixarei todas essas heranças
Para minha geração vindoura
Até ao meu abneto indiscreto
Ao terceiro neto na escala
Ao trineto de descendência
Perdi a inclinação própria
Dada aos lados internos das
Minhas portas ou janelas
Paciência para que a portada
Permanecesse bem aberta;
Perdi paciente o aboamento
Que me fechei dentro de mim
Contra minha vontade má
Construí uma abóbada celeste
Boa com forma de semicilindro
Feita de tijolos usada para abrigo
Na construção de sobrados tonto
Retirei-me para a abobadilha
Abobado com os fatos boatos
Abobalhado pela insanidade
Amalucado com a realidade
Abobarrado de pateta patético
Atoleimado de aparvalhado
Meus olhos viraram ao avesso
Tudo em mim que fundia já se
Confundia na bruma na penumbra
Eclipse total dentro de mim
Nenhum comentário:
Postar um comentário