quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Num boteco no Céu Azul; BH, 040102012; Publicado: BH, 060202013.

Não consagrarei a vós estes versos nefastos estas flores
Do mal nem estes versículos satânicos não deixarei de
Legado estas orações profanas aos pés desses altares
Heréticos estas linhas niilistas não as santificarei a vós
Religiosos inimigos da humanidade violadores da
Cultura da sabedoria as pedras que serão colocadas
Em cima destes potes de fel destas esponjas de vinagre,
Destes sais grossos esfregados nessa carne viva sem a
Pele serão eternas milenares de sedimentações
Fossilizadas nas eras antes das eras não leiais estes
Apócrifos proscritos não ireis para os céus se os guardeis
Debaixo dos vossos travesseiros não tereis as vossas
Salvações se continuais em decifrá-los são enigmas de
Cinzas vulcânicas são rastos de seres que rastejam nas
Labaredas das fornalhas aumentadas várias vezes são
Suspiros de entes que foram lançados entre as feras como
Foi lançado Daniel só que nenhum anjo veio selar as bocas
Dos leões leoas tigres linces onças panteras pumas
Ursos leopardos guepardos hienas pelo contrário antes
Do corpo chegar ao solo até o esqueleto já havia sido
Triturado não vos abençoarei nestas estrofes também
Padeço de falta de ser afundo no lodo junto com a pérola
Nem sou depurado como o mais maciço mais puro ouro
Não vos deixarei diamantes sim brasas cinzas enxofre
Fogo ferro retorcido caos ranger de dentes legiões de
Acorrentados em muros de cavernas subterrâneas não
Espereis orações não tenho o sal que precisais não tenho a
Lâmpada para vossos pés nem luz para vossos caminhos
Tenho um deus só preso num quarto escuro dedicais a esse
Deus vossas preces é um deus que não é taumaturgo detesta
Velas luzes rosários terços credos rezas teçais com vossas
Peles em oferendas um tapete voador a esse deus o levais
Adiante dos tempos tempos que não virão jamais amém

Nenhum comentário:

Postar um comentário