Anjo quando vieste a voar do infinito
Para mim não pensei que ao chegar
Aqui perderias as asas perdeste as asas
Em pleno voo caíste no meu seio
Abriguei-te no meu colo apesar de
Não poderes mais voar escolheste a
Pior caverna para habitar amo-te com
As forças que a morfina reanima o meu
Coração é o que faz dispersar o cheiro
De mofo que exala da tua loca
Ao enlouquecer enlouqueceste-me
Somos dois loucos num mundo de lúcidos
Ou somos dois lúcidos num mundo de
Loucos? mas tendes um lado bom
Um fator do bem nada cometes de
Violência ao Universo perdeste as asas
Perdeste a condição de Anjo não perdeste
A ternura a pele macia a boca fresca
O físico de deus Apolo a beleza de
Narciso a língua de seda o talhe de Adônis
Não voas mais és um animalzinho dominado
Um passarinho no laço agora teus voos
São todos meus quando quiseres
Retornar ao infinito? não tens mais
Asas não és mais Anjo não tens
Mais espírito ou alma como retornarás?
Os outros anjos te aceitarão? os deuses
Te quererão lá? preocupa-me o teu
Futuro que é o meu futuro o nosso futuro
Se um dia voares novamente não percas
Mais as asas para não caíres não ficares
Sem noção sem razão Anjo se um
Dia voares novamente adquirires a tua
Condição de Anjo não me deixes aqui
Sejas a água duma fonte que corre
A arrastar uma flor
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