Res mullius é coisa de ninguém sou mesmo coisa de ninguém
É por isso que digo a todos o que mais quero aplicado a mim
Também risum teneatis contenhas o riso como diz o fragmento
Dum verso de Horácio que se aplica aos amigos quando devem
Presenciar alguma coisa ridícula a situação de hoje comigo está
Mais para risus abundat in ore stultorum pois o riso abunda nos
Lábios dos estultos tal qual corresponde ao nosso ditado muito
Riso pouco siso de riso preciso é de muito é o que mais preciso
Pois sou só tristeza com esta coisa de não ser de ninguém é só o
Que sou coisa de ninguém não dá para rir comigo é só chorar sou
Fenótipo o que tem a mesma aparência daquele que quer que todos
Tenham piedade devido o sofrimento da vida que leva devido ao
Destino que não lhe é favorável tenho o fenótipo dos indivíduos
Dum grupo que apresenta caracteres exteriores iguais mas que difere
Pelo seu genótipo onde a dor não dá férias não tem dia de semana
Sem pranto nunca ouvi duma boca ficarei contigo até o final da tua
Vida meu salário de trabalhador a soma dos salários da semana são
Só lamentações a mágoa não tem folga a infelicidade não tem
Descanso o dinheiro das vendas realizadas no dia em casa comercial
Flui pelas redes como água de esgoto nos dias em que se suspendem
Os trabalhos escolares ou doutra natureza é quando mais se desespera
Mais se adquire ansiedade nos santificados são os profanos os mais
Procurados dentro de mim não tem feriado não há férias como no
Tempo em que se suspende o trabalho por determinação civil ou
Religiosa não ando no mundo do espírito não tenho ferial só dias
Úteis pois é constante a minha busca de lucidez planejamento
Percepção objetivo ideia ideal coragem verdade saída da mediocridade
Da idiotice da Imperfeição não busco feriar enquanto não encontrar
A realidade o fim da covardia da injustiça ainda não quero um tempo
Feriável enquanto não curar a ferida cicatrizar a chaga colocar um
Penso no ferimento por fim a este agravo vingar a injúria cobrar a
Ofensa é assim que mostro a minha feridade é a tentar-me encontrar
É assim que demonstro fereza a procurar a ternura passo ferocidade só
Na busca do fim da feridagem no mundo do meu espírito não quero
Mais manifestação simultânea de numerosas em minh'alma esta
Furunculose que abate meu ser feridento tem que chegar ao fim
Antes de morrer não posso mais sobreviver ferido assim estou
Machucado demais pois apanhei de com força de todos os meus
Adversários meus inimigos me deixaram chagado de coração
Ulcerado fígado magoado estômago ofendido meu nome mudou
Para ferimento meu sobrenome é ulcera meu apelido é chaga
Alcunha ferida ai se este teor maligno me abandonasse um
Dia ai se deixasse de ser tão desumano ai se não fosse cruel
Só sei ser feroz com os inocentes ferino com os fracos gosto
De ferir os pequenos chagar meus semelhantes por qualquer
Motivo ulcerar a paz alheia é comigo mesmo não me envergonho
Se ainda pudesse cortar esta corrente pararia de escoriar outrem
Este fogo pararia de ferver dentro de mim pois aí meu espírito vai
Ter de entrar em ebulição parar de se aquecer por sofreguidão
Saberei não mais aferventar minh'alma com coisa vã fútil de arder
Ou de fazer qualquer um irar-se ou exaltar-se como água fervente
Afastar a loucura ardente não deixar o louco tempestuoso que temos
Pela frente falar de jeito veemente sim como um devoto fervoroso
Um beato que só quer apressar o caminho do céu com amor fervente
Longe desta vida perdida de loucura de vícios de mágoas de maldição
É a falta de vivacidade a falta de ardor por viver fervência fértil a
Fervença do órgão produtivo úbere quero todos os meus órgãos
Férteis prefiro cada um para um atrás doutro do que sentir-me um
Estéril um outro sáfaro o outro ainda mansinho dormir dentro de mim
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