Simplicidade habita comigo singeleza mora em mim
Gentileza é o meu nome luto pelo desadorno superficial
Do meu ser pois quero ser um homem singelo anelo ser
Um ser simples desadornado do supérfluo não quero é
Que chameis-me de desconceituador ou de desabonador
Ou ainda de desacreditador nem da juventude nem da
Velhice não abrais processos contra mim pois não sou um
Sócrates não terei altura não saberei defender-me a pior
Coisa é ser desconceituado ser desacreditado perante os
Seus Sócrates não suportou preferiu morrer já não terei a
Coragem de morrer assim cheio de dignidade tanto quanto
Sócrates estou destreinado em virtude desabituado com a
Razão desacostumado com a grandeza interior Sócrates foi
Grande foi longe fez logo o próprio desacorrentamento não
Ligava para desmaio com a presença dele se causava delíquio
Ou desarmonia não ligava para a discordância para o desacordo
Que a liberdade dele causava mas teve sustentação argumentação
Fez a própria defesa não era fala de inconsciente não era espírito
Desmaiado cérebro de desacordado era espírito de corpo presente
Vivo tinha como poucos tiveram até hoje presença de espírito foi
Então desaconselhado a abrir mão da consciência a ser taxado
De inoportuno na sociedade queriam mostrá-lo como um não
Prevenido um não avisado sem conselho então desacompanhado
Só isolado solitário mas a transbordar de coragem de fé de
Confiança de consciência de infinidade de princípios preferiu
Morrer a ter a sua escola como o que está fora de seu lugar antes
Morrer a ser desacomodado ter o discurso desarrumado pelos
Sofistas melhor a cicuta do que a má companhia antes o veneno
Do que ter a reputação execrada publicamente soube como
Ninguém a desacidificar a dor a tirar o sabor ácido de tudo o que
Parecia fel aos normais morreu doce estava sempre alerta atento
Nunca era pego em desacerto erro tolice desacordo não eram
Com ele por mais que quisessem os sofistas não o podiam por
Inoportuno desatinado nunca caberia a ele a alcunha de
Despropositado não era inconveniente não era errado morreu
Para não ser chamado de desacertado a meta de Sócrates era a
De desacerbar a vida do homem livrar do amargor suavizar em
Vida a si mesmo adoçar abrandar antes da morte o mortal o seu
Destino cruel não foi desacautelado ao beber cicuta foi por opção
Poderia se livrar ser um normal que não tem cautela um pai
Descuidado ou marido imprevidente ou mestre desleixado morreu
Longe livre disso tudo não se conheceu dele uma insubordinação
Uma falta de respeito ou desacatamento o dia em que também
Desacanhar-me tanto quanto ele nada poderá deter-me nenhum
Acanhamento tornarei esperto desembaraçado vereis um tal
Desacanhado afoito resoluto que farei um desacampar na alma
É o mau a levantar arraial a deixar de estar em acampamento
Dentro do meu coração lógico é que nós hoje bilhões de
Viventes não conhecemos no nosso meio alguém que tem o
Valor a qualidade que Sócrates teve de repente pode até
Acontecer nos bolsões de pobreza de miséria de desgraça
Do nosso cotidiano um representante que tenha agido de
Acordo com que Sócrates agiu com desabuso isento de
Preconceitos desabusado petulante atrevido inconveniente
Tudo o que se pensar se escrever sobre ele com toda a mais
Completa imaginação inspiração põe cada um dos nossos
Bilhões de pensamentos ainda será pouco o que se tem a
Dizer a se escrever sobre ele atingiu em vida o seu desabrocho
Em espírito o desabrochamento se morreu desabrochado nunca
Saberemos não podemos dizer que ele morreu era um
Desapertado solto aberto fica para nós entes de cabeças ocas
Fechadas difícil saber o que realmente aconteceu nosso
Desabrimento aspereza no trato rudeza no rigor do tempo
Não nos deixa à altura de entender tal comportamento somos
Pequenos insignificantes demais choramos no desabrigo pela
Falta de abrigo desamparo somos uns chorões pranteadores
Contumazes lamentadores extremos se algum de nós ficar
Desabrigado exposto à calúnia desprotegido igual a
Sócrates logo iríamos desabraçar as nossas razões retirar os
Braços de nossas cruzes cerrar o abraço com a morte temer o
Desabordamento mesmo a sofrer o desabono o desfavor a
Depreciação que Sócrates não suporto foi o primeiro
Desabonador da morte o primeiro desacreditador dela morreu
Como um desmoralizador maior do que a morte a morte foi
Pequena para ele penso que ela nem existiu ninguém hoje
Pode dizer de Sócrates um desabonado ou um desacreditado
Falto de meios superou os maiores a desabituação não permitiu
A verdade desabitar o ser dele nem a liberdade despovoar a alma
Não era um corpo sem moradores um organismo ermo um deserto
Desabitado não possuía desabilidade nem inabilidade em discutir
Com quem quer que quisesse o desate não foi em vão desabamento
Não foi o dele a parte que desabou duma construção não foi a sua o
Tombamento dele foi o que foi feito pela humanidade poucos sabem
Desabalroar na hora certa desatracar antes da tempestade desprender
As amarras afastar-se do porto poucos são assim conhecem um
Desabalroamento ou uma desatracação da falsidade quando fazem
Um desabafo é com lamúria de prejuízos mostram só a expansão do
Que perderam só vangloriam-se do desafogo fisiológico não conhecem
Desabafamento com moral na hora de demonstrar virtude o espírito
Não está tranquilo qual que é livre na razão? qual é realmente
Desembaraçado para exercer a liberdade? a cidadania? a sabedoria?
O direito? cada um só sabe reclamar por si que é um desagasalhado
Não tem o que comer não tem o que vestir não tem o que beber não
Tem onde morar é o choro do desabafado vão é o choro em vão
Uivam clamam ao céu pelo designativo de afastamento dos céus
Uivam pela privação sentem a ação contrária da natureza só sabem
Amaldiçoá-la perguntam que negação somos nós? puxam os
Cabelos num destoucar descabelado num descascar de frutos podres
Desarticular de palavras blasfemas quer ser mais desagreste algumas
Vezes com rancor que tem sido reduplicativo reforçativo no furor que
Teimam de desinfeliz onde cada um quer ser mais desnudo que outro
Só não sabem que estão a se despir somente da razão da virtude da
Moral do equilíbrio do valor de suportar o que o destino nos legar o
Tribunal que esperava o derruimento de Sócrates a única coisa que
Viu foi o próprio desmoronamento jamais Sócrates se sentiu derruído
Derrubado ou desmoronado nós sabemos disso assistimos que nem
A morte foi capaz de derrubar um homem que conheceu a si mesmo
Nenhuma provação é capaz de prostrar um bom nenhum agouro é
Capaz de fazer cair ou lançar por terra um rochedo do tamanho que
Foi o Sócrates um escolho rígido que derrubamento algum chegou
A abalar quem esperava vê-lo derrubado ou caído ou prostrado
Ficou o próprio derribado arruinado deposto Sócrates venceu até
A derruba derrotista dos sofistas traçou um roteiro de vida jamais
Conhecido um derroteiro austero elevado arrogância de vencedor
Que só usa a força da inteligência nunca foi errado no rumo que
Devia levar nunca se mostrou desanimado extenuado para
Trabalhar vencido para amar ou derrotado para entender a paz foi
Derrogatório das más leis usou de derrogação no que envolvia os
Maus princípios pediu anulação duma lei ruim por uma lei boa
Derrogador do medo anulador da covardia anulante da mentira
Derrogante da falsidade fez o total derrogamento da ilusão pura
Como um arrastador das paixões não de arrastado por elas um
Destruidor de desejos não destruído por eles um desmoronador
De ilusões não um desmoronado por elas enfim um derrocador
De preconceitos assim obrigado Platão quero agradecer-te pela
Excelente defesa muito obrigado Platão também a Xenofonte
Pelos Memoráveis estou aqui a escrever sobre o Sócrates como
Se Sócrates precisasse que um medíocre qualquer
Escrevesse sobre ele que nos deixou de tudo
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