quarta-feira, 15 de maio de 2013

A bailar frente a mim no meu semblante; BH, 0100102000; Publicado: BH, 0150502013.

A bailar frente a mim no meu semblante
Apesar que por dentro sei que a esperança
Sempre me alcança na esquina me pega me
Leva para cima com êxtase com aclamação
Respeito pelos meus feitos pois todos sabem
Que espero as respostas todos sabem que
Espero as soluções os resultados que às vezes
Demoram uma vida ou uma eternidade
Inteiras não chegam no momento mais
Sublime no momento mais imenso mais
Profundo que a maravilha se excede se
Ofusca é mais alta do que o céu é mais
Profunda do que o mar nos faz revelar a
Intenção de tentar salvar a criação das
Trevas tentar também nos livrar da
Escuridão se atingisse este orgasmo
Celestial com toda a multiplicidade
Desejada em cadeia de cascatas de
Orgasmos múltiplos iguais os conseguidos
Pela mulher invejada não seria este eterno
Egocentrista egoísta notório dividiria este
Gozo descomunal com todos pois se uma
Andorinha só não faz verão um homem só
Também não tem felicidade não pode ser feliz
Contente alegre será o mais abominável ser
Da espécie de primatas espalhará o fluído
Cerebral que exala o ódio espalhará o néctar
Donde flui a ira a baba que contamina a raiva a
Picada que transmite a cólera perderá a condição
De amar a si ao próximo perderá a noção da paz
Interior exterior quererá a morte a qualquer custo
Quererá todos os tipos de morte a completa a
Real quererá morrer de todas as maneiras
Pois nada mais lhe restará a não ser rastejar
Nada mais lhe restará a não ser implorar que
Alguma coisa o extermine da melhor maneira
Forma possíveis se alguém virar os olhos na
Direção dele demonstrará apenas pena piedade
Já nada mais poderá ser feito apenas um punhado
De terra uma flor para enfeitar aquele enterro de
Dor lágrimas ninguém saberá chorar a alma do
Homem já secou o espírito do homem já evaporou
O homem já não sabe mais chorar de verdade sem
Fingimento com arrependimento não carrega mais
Em si o remorso está oco por dentro igual madeira
Podre comido pelos bichos que corroem as carnes
Devorado pelos vermes criados pelo próprio não
Quer nem procura a cura tem o maior medo de
Sarar de ficar bom ficar de bem com a vida com
Os outros tem o maior medo de fazer o bem então
Rasteja nas poeiras dos caminhos se cobre de
Andrajos de espinhosa causa náusea à própria
Náusea angústia à própria angústia agonia à
Própria agonia ansiedade à própria ânsia não
Gostaria de ver o homem assim porque não
Gostaria de me ver assim quero mais é sair
Desta letargia quero mais é fugir desta prisão
Superar as masmorras os calabouços quebrar
Os grilhões os elos das correntes quero mais
É sentir na boca o leite da liberdade sentir o
Gosto da verdade da vida embrenhar-me nas
Entranhas como se fosse um feto que se fez
Criança agora chegou a hora de uivar na cara
Da vida que começa meu Deus maior do que
Todos os deuses do espaço desde que fui feito
No útero não sei o que faço se me deste um
Dom que desconheço mostra-me o tom que
Não escuto mostra-me onde encontro a saída
A emergência da ciência não humana não
Deixa-me mais aqui na estrada igual a um
Cachorro vira-latas ponha-me uma coleira
Ou um cabresto se for um muar ferraduras
Nos pés ara que as pedras não me magoem
Leva-me ao teu estábulo ou aprisco se não
Tiver mais lugar ou palha deixa-me no teu
Chiqueiro junto aos teus porcos saberei
Alimentar-me das lavagens só não quero é
Que sigas adiante deixas-me aqui estendido
A latejar neste casulo indefinido a lamentar ter
Um dia nascido a amaldiçoar por não ter morrido

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