Não quero pensar gostaria dalgo agora que não me fizesse pensar
Pensar é para quem não tem dor de cabeça crônica igual a que tenho
Pensar é para quem vive em paz tem amor no coração não para
Quem é infeliz triste medíocre pobre de espírito sem uma só
Capacidade humana por mais remota que seja por menor que seja
Não estou incluído no grupo de classe que tem alguma capacidade
Alguma condição algum vestígio de competência ética razão só
Fico envergonhado comigo mesmo fico frustrado desiludido é que
Tenho uma dor de cabeça aguda que age lá dentro do cérebro não é
Uma dor comum é extrema profunda infinita parece que estão a
Marretar minha testa com marteletes de abrir buracos nos asfaltos das
Ruas da cidade num dia de calor a única coisa de bom que tem esta dor
É que não me deixa pensar como decidi que não quero mais
Pensar ajuda a espantar os pensamentos que querem à toda hora se
Manifestar em minha cabeça em minha mente em minha memória em
Meu crânio cérebro ou outra coisa qualquer que chamem o conjunto
Encefálico falido escondido vazio retroagido tivesse conteúdo
Não estaria agora a escrever assim estaria agora a me vangloriar a
Glorificar-me por saber com perfeição o que é que existe dentro de mim
Como não sei escrevo sem saber sem pensar sem me importar com
Críticas opiniões reclamações exclamações decisões benéficas
Oportunas para pelo menos aliviar um pouco a pressão que sinto como se
Estivesse com um elefante com a pata afundada em cima do meu pescoço
Um tigre de dente de sabre a me apertar a garganta com a boca os
Dentes enterrados nas minhas jugulares como se fosse um vampiro
Tudo porque a depressão tomou conta do meu ser não me deixa existir
Ver ouvir falar não me deixa entender compreender acreditar interpretar
Matou as sobras dos restos de esperança confiança bonança deixou-me
Sem fiança sem finança sem crédito no meu descrédito não sinto a
Força do vento nos caminhos estradas não percebo eficiência da luz do
Sol na natureza sou um ser da cruz da penumbra da sombra projetada da
Lua ou do Sol num eclipse total geral que causa toda a escuridão que me
Mete medo me assombra repele aflige magoa machuca todo o meu
Interior a deixar como se estivesse a chover chuvas seculares a me encher
De enxurradas cascatas cachoeiras quedas d'águas de grandes abissais
Alturas jamais imaginadas esperadas só cataratas nebulosas que arrastam
Tudo que encontram com forças de monstros pré-históricos dinossauros
Tiranossauros Rex mastodontes outros que só sobrevivem dentro do meu
Clima paleontológico de pedra lascada de eras vulcânicas primórdios da
Criação formações primitivas que resistem sem querer mudar acabar por
Um fim em tudo que for doutras eras que sobrevive dentro de mim sem
Importar o estrago que podem me causar o furor a ira que cavam o buraco
Sem luz que impede a permanência a convivência harmônica do dentro
Com o fora como se fosse uma cópula onde não está satisfeito dentro
Muito menos satisfeito fora satisfeito por qualquer motivo ou satisfeito
Por motivo algum ou insatisfeito mesmo só não quero é pensar não
Quero pensar em nada até pago para continuar aqui indiferente isolado
No meu casulo sem a necessidade iminente de pensar seja lá o que for
Tenho pavor tenho horror tenho bolor tenho estupor só de pensar
Que um dia terei que parar para pensar determinar qual a atitude
Tomar rumo meta reta tema direção de sentido de todos os sentidos
Que me faltam já que não tenho nenhum tenho só esta dor de cabeça só
Este medo só esta covardia abusiva covardia perplexa que deixa
Qualquer um que me conhece de boca aberta pasmado abismado com
O comportamento inadequado que apresento no dia a dia de minha vida
De meu destino de minha morte do meu fim o que quero deixar
Claro é que pretendo buscar pretendo encontrar um meio de sair do
Isolamento de sair desta muralha intransponível que me impede de
Acelerar meu progresso desenvolvimento apesar de sofrer todo o
Bloqueio toda a ansiedade juro que tento desesperadamente como
Se fosse um peixe a lutar a nadar contra a corrente se poder desovar
Dar continuidade ao ciclo vital da espécie não tenho nenhum imã de
Magnetismo por mais que me agarre a algum positivismo meu poço é
De negativismo não me concebo a ideia de que vou sair do afogamento
Salvo não não me concebo a ideia de que vou sair do nevoeiro inteirinho
Novinho em folha não como se fosse vulto da imaginação vulto da falta
De percepção da falta de tudo que pode ser encontrado em qualquer exemplar
De ser humano simples normal definido a buscar apenas a viver na felicidade
Ao não se preocupar em pensar em ser o melhor em usar a inteligência a
Sabedoria o conhecimento para que usar estas coisas se não sabe nem viver?
Para que querer usar genialidade se não sabe ser? é um absurdo querer pensar
Que pode mudar melhorar o mundo evoluir normalmente duma hora para a
Outra assim sem mais nem menos porém posso dizer que é difícil quase
Impossível posso dizer que o universo acaba mas não muda o mundo acaba
Não deixa de ser mundo porque essa preocupação com o óbvio imutável?
Porquê resistir a esta dor latejante ofuscante que bambeia tonteia a afastar
De vez qualquer tentativa de aproximação salvaguarda qualquer tentativa de
Mostrar com atos que pode ser normal morrer normalmente na ocasião certa
Sem desespero de causa não pode continuar assim com a mesma ladainha a
Encher a paciência das pessoas a tentar iludir com mentiras falsas verdades
As mentes os ouvidos os corações acostumados na verdade na luz que não
Conhecemos nem queremos nós não queremos a luz pois nascemos nas trevas
Nosso resultado são as trevas a escuridão que imploramos buscamos corremos
Atrás fazemos questões de demonstrar nas nossas ações os homens iluminados não
São assim são como o Sol como a Lua as estrelas os quasares nós os vemos
Todos os dias mas não os temos não os atingimos devido a grandeza a distancia
Devido a vergonha que sentiremos a despeita a inveja os homens iluminados estão
Com os pés no chão na lama no barro da terra nos estercos dos bois dos cavalos
Os homens iluminados são antigos remotos arcaicos gostam de aparentar o contrário
Daquilo que gostariam que fossem gostam de brilhar naturalmente choram
Demonstram a sensibilidade a pureza d'alma não são coniventes com a pobreza de
Espírito com a burrice a tolice a demonstração de ostentação material supérflua
Inócua bem-aventurados os iluminados porque deles é a saúde mental física
Intelectual bem-aventurados os que só desejam navegar na inteligência na sabedoria
No conhecimento porque não ganharão um centavo valerão milhões bilhões não
Adianta tentar olhar com olhos comuns não adianta enxergar que nós nunca teremos a
Oportunidade de relacionar comunicar ou encontrar com um iluminado são raros
Como os cometas são rápidos como a luz estão distantes como o infinito nem a
Sorte nos faz encontrar um iluminado num bar a atravessar uma rua a falar sozinho na
Calçada a olhar as mulheres que passam belas elegantes a notar as crianças as
Poesias ambulantes hoje em dia não é mais comum o iluminado hoje em dia é comum
O iluminado por holofotes por luzes de refletores spots de luzes de estúdios hoje em
Dia é comum iluminados na lanterna por flashes por lâmpadas artificiais esses são
Os iluminados artificiais da mídia têm os cérebros podres as mentalidades putrefatas
As memórias em decomposições as mentes decadentes os homens iluminados não são
Assim são porém como memórias de elefantes como os vaga-lumes como os pirilampos são
Como as taruiras os calangos as formigas são como as abelhas os maribondos as vespas são
Como os camelos os dromedários dos desertos os homens iluminados são assim como o
Capim a terra molhada pelo orvalho a mata o jardim uma borboleta pousada uma mariposa
Colorida uma lagarta sentimental uma cigarra querida o próprio pensamento sem a
Vontade de pensar a própria dor que o faz sentir dor deveras só se um dia Deus me der
O privilégio de adentrar para a galeria só quero que a minha poesia esteja lá não eu
Não mereço tanta ousadia audácia não mereço tanta euforia contentamento que
Estejam o meu lamento a minha lamúria a minha lamentação que esteja o meu coração
Se Deus me der o dom da condição que seja a sombra dentro da penumbra o vulto da
Silhueta o buraco da ampulheta por onde escoasse a areia do tempo da imensidão se
Deus me der o dom reconhecido não importa onde eu seja inserido mesmo depois de
Incinerado quero minha obra com respaldo de local arejado ar oxigenado puro sem
Poluição poderei perguntar se chegou a razão? se chegou por fim para mim o fim do
Trovão? poderei perguntar se poderá haver modificação? a luz possuirá o meu torrão na
Madrugada na noite ou no entardecer? poderei perguntar obter as respostas salvadoras?
Ou continuarei sem amplitude? continuarei mesquinho insignificante? ou terei vez de me
Sobressair junto com os iluminados? ou serei relegado ao segundo plano inferior? farei
Uma fogueira com os meus retalhos farei uma fornalha com os meus ossos queimarei nas
Cinzas das minhas cinzas arderei na árvore da minha árvore cantarei como um rouxinol
Cantarei como um índio na mata como um uirapuru apaixonado cantarei até às últimas
Forças energias até a garganta se fechar para sempre não mais poder beber na fonte
D'água viva água sobrenatural espectro manancial para lavar de vez este pensamento
Teimoso que não sabe banir para longe a dor não sabe distinguir o joio do trigo não
Sabe separar pedra de pão vinagre de água vinho de sangue comida de cobra vou
Acabar não vou ganhar meu dom vou sumir meu dom não vai existir não vai
Aparecer em mim nada do que projetar ser para o futuro cheio de luz de luminosidade
Iluminação de iluminado não romperei a rampa das trevas sórdidas sólidas
Condensadas que me achatam fazem de mim uma pasta um verme um suco onde a única
Luz resplandecente é a do sol que vai secar torrar tudo quando na tarde o vento soprar
Vai levantar a minha poeira que pousar nos telhados das casas abandonadas nas paisagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário