Há coisas que a minha alma, já tão mortificada, não admite:
Assistir novelas de TV
Ouvir música Pop
Um filme apenas de corridas de automóvel
Uma corrida de automóvel nu filma
Um livro de páginas ligadas
Porque, sendo bom, a gente abre sofregamente a dedo:
Espátulas não há... e quem é que faz questão de virgindades...
E quando minha alma estraçalhada a todo instante pelos telefones
Fugir desesperada
Me deixará aqui,
Ouvindo o que todos ouvem, bebendo o que todos bebem,
Comendo o que todos comem.
A estes, a falta de alma não incomoda.
(Desconfio até que minha pobre alma fora destinada ao habitante de outro mundo)
E ligarei o rádio a todo volume,
Gritarei como um possesso nas partidas de futebol,
Seguirei, irresistivelmente, o desfilar das grandes paradas do Exército.
E apenas sentirei, uma vez que outra,
A vaga nostalgia de não sei que mundo perdido...
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