Motivo de grande contentamento felicitação
Alegria paz no coração pois o que os olhos não
Veem, o coração não sente esta é a grande verdade
Fico feliz por que escrevo não sabem
Que escrevo quando souberem será
Tarde demais este é o único problema
Que vou encontrar quando me transformar
Num cego pois não sei como farei para continuar a
Escrever depois de cego ou se devo parar
Ou se já sou um cego não sei ou se
Já estou cego ainda não sinto o fato é
Que ainda estou em dúvida se escrevo
Se paro de escrever ou se continuo a escrever
Ou se sou mesmo o que escrevo ou se é
Algum espírito se escreve por mim quer que
Transforme-me num cego para escrever melhor
Só mesmo ao ficar cego para melhorar meu
Estilo já que não tenho estilo nenhum
Justamente igual a um cego cujo estilo é a escuridão
O único bem é a alma a alma sensível
Apaixonada iluminada a alma eterna
Que se enche de luz facilmente ou a ideia
Por menor que seja a ação o ato o fato
Tudo que o cego faz faz com novidade emoção
O cego é todo emoção sentimento é todo
Expectativa atenção todo sentido alerta
Não vacila nem treme a mão por esta
Outras é que vou entrar para o meio cego
Para o mundo cego não vou nem
Quero me arrepender nem ter remorso
Se quero almejar um novo caminho
Iluminado sem problemas um caminho
Sem pedras sem espinhos basta escolher
O caminho dos cegos basta seguir os passos
Firmes decididos por onde passam
Vais me conhecer noutro novo sou
Em mim um novo pensamento formado
Através das trilhas das sendas que não
Precisarão ser iluminadas por luzes artificiais
Pois a luz natural já paira sobre mim
Sobre todos os cegos que vagam nas grandes
Cidades nos grandes centros urbanos conglomerados
Nos campos nas cidadezinhas dos interiores
Dos estados por este mundo fora
Bem-aventurados os cegos não os cegos de
Espírito não os cegos de alma de pensamento
De ser bem-aventurados os cegos não
Os cegos pela ignorância pela imprudência pela
Falta de educação pela falta de cultura
Qualidade de vida pela mediocridade
Bem-aventurados os cegos não os cegos
Mesquinhos avaros ímpios néscios vazios
Bem-aventurados todos os cegos não os cegos
Que procuram a preguiça a estupidez grotesca
A brutalidade a secura pela falta de serenidade
Sempre será assim que a partir de hoje
Verei as coisas perante diante de mim nas calçadas
Será assim que a partir de agora vou perceber
Tudo que me cerca que me seduz que
Conduz-me aos caminhos da mídia nos
Caminhos do consumo duma sociedade
Desequilibrada vazia perdida podre
São com olhos de cegos que agora olharei
Nos olhos cada pessoa que cruza à minha frente
São com olhos inexpressivos opacos que
Fitarei olhos por olhos de cada um que
Firmar em mim os olhos sadios sábios
Firmar em mim os olhos de inteligência
Meu tempo doutrora já se foi não preciso
Mais destes olhos que a terra há de comer que
Não servem para ser doados pois se doá-los
O receptor herdará a mesma doença que me deprime
Então prefiro jogá-los fora pois bem sei que
Cavalo dado não se olha os dentes mas
Com olhos é diferente a pessoa que os herdar
Vai dar continuidade ao meu sofrimento
Prefiro enterrá-los ou jogá-los ao fogo
Assim ninguém os pegará para aproveitá-los
Para terminar a última grande vantagem
Dum cego é que ninguém nunca sabe quando
Está acordado ou quando está a dormir
Ninguém nunca sabe quando está vivo
Ou quando está morto ninguém nunca
Sabe nem nunca saberá só aqueles que são
Os bem-aventurados dos cegos aos que tudo veem
Dedico as linhas deste fragmento a mim um
Cego de nascença que espera um dia aprender
A ver a enxergar com as vistas da visão
A todos os cegos corajosos que enfrentam a vida
Enfrentam a crueza do cotidiano não se
Abatem nem na escuridão infinita
Não se abatem nem quando tropeçam nem
Quando se esbarram com outros obstáculos
Que a qualquer mortal comum seria a máxima
Da infelicidade do azar da falta de sorte
Parabéns a todos os cegos felizes todos os cegos
Felicidades a todos os cegos cheios de esperança
Cheios de segurança coragem fé paixão
Amor e sem covardia sem medo
Com a valentia da cara da coragem que
Só os cegos têm para mostrá-las como exemplo
Graças a Deus a partir de hoje sou um cego
Um cego feliz decidido disposto a romper
Com todo o sistema com toda a mídia
Com toda a sociedade com tudo com todos
Um cego fora dos padrões normais da imoralidade
Da hipocrisia da falsa resolução da mentira
Um cego das trevas por fora da luz por dentro (2)
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