segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 32; BH, 0250802012; Publicado: BH, 0801202014.

A mensagem é a seguinte quem tem ouvidos
Que a ouça quem tem olhos que a veja
Quem tem boca que a propague quem
Pensa que tem muito para dizer não fala
Nada pensa que faz muito faz menos
Ainda aquele que escreve o escrevinhador
O escriba consagrado é o pior dos pesadelos
Quanto mais pensa que escreve mais de mais é
Rejeitado ninguém deita os olhos em nada
Que deixa sangrar nos papeis nem letras
Nem palavras nada do que deixa registrado
Vale como registro de documento elaborado
A escritura de escrita é ignorada por cartórios
Oficiais só nos meios marginais nas sombras
Onde o sol não põe os pés a lua não dá o ar
De sua graça são nos seres dessas penumbras
Que encontra alguma equalização noutra
Matéria a substância é iníqua o substantivo
Não é derivado a mensagem fica com a
Absurdidade do ininteligível passam-se os
Dias as noites as madrugadas austrais
Polares boreais com suas manias de nos fazer
Pensar as coisas mais irreais a mensagem é
Abstrata nenhum conectivo a liga a fatos
Concretos palpáveis viáveis embora o
Universo concorra com tudo à disposição da
Criação duma obra estrutural o tapete é uma
Teia de palha a água é de moringa a comida
É moranga o "amor que a gente quer não
É o amor que a gente dá" a mensagem é
Inversamente proporcional ao propósito

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