terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 63; BH, 070902012; Publicado BH, 02301202014.

Tamarindeira dá-me um tamarindo bem azedo aí
Daqueles do meu tempo de menino como era
Bom quando era menino minha avó ralhava
Comigo não assusta o curió do teu tio cuidado
Para não espantar o sabiá me ensinava a fumar
Mandava acender o cigarrinho de palha dela lá
No tição em brasa no fogão de lenha fogão feito
De barro branco que ficava na cozinha com chão
De terra batida o banheiro era atrás da casa
Mesmo tudo jogado pela janela num canto do
Fundo do quintal a água para beber ficava num
Pote água fresquinha a pimenteira na porta da
Casinha em cima dum barranco tamarindeira da
Praça no centro da cidade manda um tamarindo
Bem azedinho aí o jatobá também manda-me
Um a ingazeira manda-me um ingá a pinheira
Uma pinha menino olha o curió não espanta o
Sabiá o canário, como canta é da terra o coleiro
Também quer cantar está na muda fica mudo mas
Depois solta a voz nas estradas menino de poeira
De pé no chão de alma coberta de pó do peito
Sem camisa detestava comer quiabo maxixe
Jiló lá vem a minha avó vem cortar couve para a
Minha mãe sossega menino quer apanhar?

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