quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 69; BH, 0100902012; Publicado: BH, 02501202014.

Várias vezes cheguei à janela bali para
As montanhas gemi para o universo na
Tentativa de receber uma atenção especial
Sacudi-me tal qual um cachorro quando
Sai do banho nem um piscar de olhos
Partiu em minha direção abnegadamente
Permaneci de total prontidão lápis papel
Nas mãos a cabeça pendente o
Pensamento a oscilar dum lado para
Outro como o som dum grito que sai
Da garganta a machucar as muralhas
Quem por ventura olhasse para mim
Acharia-me impassível outro pensaria é
Um indiferente mais algum inda chegaria
À uma conclusão equivocada mas todo o
Meu conjunto de átomos parecia encontrar-se
Dentro dum acelerador de partículas tal o
Revolvimento que sofro no interior na
Expectativa de aprisionar no papel as
Borboletas em busca de acasalamento
Não fecho a porteira do aprisco os
Rebanhos revoam ao redor de mim
Quando aprisiono um surgem salpicados
De luz outros a bolinarem-me querem
Provar-me fazem todos os tipos de
Testes lançam mais uns desafios não
Posso entregar-me integro-me ao
Redemoinho rodopio dançamos cantamos
Embriagados ao fim em cima da mesa
Jaz uma folha que já não está mais em
Branco tudo o que dançávamos tudo o
Que cantávamos virou registo eterno
Nesta moribunda folha de papel

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