Inda sinto um frêmito de vivo dentro de
Mim um rasgo de esperança um vago
Pressentimento de que a poesia habita o
Meu ser presságio é a minha catedrática
A catedral sistina onde refugiei em asilo
Cátedra da qual fiz o meu alicerce pétreo
Alegro-me nesta poesia entristeço-me
Nela ponho a nu a minha angústia
Dispo a minha agonia reajo à
Ignorância à estupidez que afogam-me
Cotidianamente inda latejo igual
A um casulo arfo como arfa a morte
Ao levar um gado ao corte inda
Suspiro soluço igual a uma fonte
Como um monte vivo a circundar
Continentes nascentes de rios foz
Em mar aberto oceano de mistério inda
Espero paciente a cura que me deixará
Ciente consciente limito-me em
Busca do ilimitado que é o campo
Onde florescem as poesias reverencio a
Inspiração adoro a criatividade
Faço oração à imaginação são a
Esses deuses deusas os meus altares os
Manjares mais deliciosos os quitutes
Mais adocicados dos amargos não
Faço ofertas descubro outros horizontes
Ou encubro o firmamento com o azul mais
Azul mas não posso deixar morrer esta
Lacuna deverá permanecer em alerta
Uma hora é uma chuva noutra um
Vento uma nuvem diferente de logo
Outro azul de origem desconhecida mas
Não posso deixar escapar este momento
Inda percebo as respostas que traz o vento
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