Não chamarei a atenção passarei
Incólume anônimo pela multidão
Pois não chamarei a atenção não
Despertarei interesses passarei
Sem acordar ninguém não farei
Barulho por um punhado de letras
Alarde nem gritarei por bocado de
Palavras quem ecoam os gritos
São os desfiladeiros que são
Largos profundos minha
Garganta não ecoará nada continuo
Com a boca seca engoli toda a
Saliva a língua está áspera parece
Língua de gato ou de gado cheia
Reentrâncias não tomarei o
Remédio receitado pelo médico
Sou do tempo da bruta quando
Remédio era muito alho muita
Cebola limão pimentão pimenta
Salsa coentro cebolinha couve
Taioba mel cachaça conhaque
Vinho não tomar remédio por
Nada remédio mais estraga do
Que cura já sou muito doente de
Longo tempo não farei algazarra
Nem conflito quero curar-me
Mas com o que a natureza pode
Oferecer-me como o que
Curava-me a minha avó
Sabia de muitas curas era
Rezadeira benzedeira sempre
Dava certo não atiçarei a galera
Na galeria na gare não pegarei
O trem da história deixarei aos
Que querem visibilidade quero
Sótão porão estar debaixo do
Assoalho bem ao meu estilo no
Rés do chão quieto na moita
Mudo estreitar a moda a brotar
O botão a abrir a flor a florir o
Fruto na árvore do pomar estou
Ao Deus dará não chamarei a
Atenção deixa lá como está cá
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