Não gosto nem de lembrar mas a memória
Não mata a lembrança vem sempre
Ressuscitar o meu passado não foi um
Grande passado de conquistas vitórias
De lutas glórias foi um passado que
Marcou-me por dogmas tabus dos quais
Inda não livrei-me um passado mal feito
Mal formado mal passado irá atrapalhar
Para o resto da vida foi o que não
Consegui perceber aí é apelar para as
Lamentações até as coisas mais simples
Que estão no mundo há milênios
Encerram-me num baú numa arca de
Histórias mal contadas histórias sem finais
Felizes histórias tenebrosas de meterem
Medo em defuntos zumbis não gosto nem
De lembrar mas todo dia tenho que acordar
Não posso continuar a dormir acordado
Sou perseguido por pesadelos que não os
Teria se estivesse no sono fico com medo
De dormir pois durmo também sonho
Com o meu passado viro um morto-vivo
Que não pode dormir nem pode viver
Acordado nem com cunha batida por
Marreta consigo abrir uma fenda para
Sair de dentro os pilares as vigas as
Colunas as pilastras deste esqueleto que
Teima em ser reencarnado não gosto nem
De lembrar desta descoberta paleontológica
Que definiu os ancestrais do ser humano
Antigo que habita o passado que habita-me
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