Definitivamente preciso duma letra
Definitiva para formar uma palavra
Indefinitiva uma palavra só infinita
As demais palavras todas não
Seriam mais necessárias com uma
Letra que seria um símbolo uma
Palavra quereria a senha a pôr fim
Aos mistérios mas no palheiro do
Paiol onde está perdida a agulha as
Letras são indefinidas infinitas no
Paiol do armazém de munições as
Palavras estão cansadas as bocas não
As pronunciam os pensamentos
Não as pensam os pensamentos
Saem sem palavras as palavras sem
Letras as letras sem símbolos os
Símbolos sem sinais não ouve-se
Nenhuma vibração nas nuvens
Silêncios todo aquele que procura
Uma lágrima amiga para matar a
Sede encontra fonte de mágoa um
Pote de rancor uma moringa de
Raiva uma talha cheia de bebida
Que não pode ser aproveitada pois
Foi bebida doutra talha de ferida
Cicatriz de mim arrancada da pele
Tatuagem de osso envelhecido
Vestido sim inda de carne fresca a
Pele pendurada ao sol para secar
Maturar curtir o sol pendurado
No firmamento agarrado ao azul só
Sou o que não tenho cores guardado
Dentro do prisma espero a refração a
Luz passar por mim triunfantemente
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