Meus poemas vão ficar por aí largados
Jogados em latas de lixo abandonados
Porque teimo em criá-los? porque
Insisto na poesia? perco a alegria na
Condição de saber o destino que terá a
Minha obra com certeza não encontrará
Interesse dalgum leitor não passará por
Crivo dum crítico ou de amante que
Quererá com copular isso só
Causa-me tristeza muita melancolia
Decepção é como se fosse um filho
Amental de impossível convivência
Que tivéssemos de abandonar num
Internato para insanos incuráveis
Haja choro lágrimas para prantear
O que faço é isso como se já fosse
Enterrar um defunto em cova rasa se
Ao menos inda desse um outro destino
Ao que imagino se inda mudasse a
Rota talvez pudesse depositá-los
Numa urna de gala erguer um panteão
Um pedestal com inscrição que todos
Pudessem apreciar sem depreciação se
Garantissem-me que meus poemas
Não vão ficar por aí comidos de
Traças, de ratos meu coração bateria
Muito mais forte do que a bateria da
Escola de Samba Estação Primeira de
Mangueira do meu querido maestro
Maior Antônio Carlos Jobim
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