Solitário deixo todos os meus escritos
Solitários na solidão nestes escritos
De solitário de preso na solitária deixo
Sangrar o meu coração abri a montanha
Lá depositei na lavra letra por letra
Lá guardei no veio palavra por palavra
Nem Maomé retirará a montanha do
Lugar para garimpar nas minas onde
Lancei estas escrituras profanas não
São textos sagrados não são pensamentos
Consagrados são reminarias de ermitão
Reminiscências de escritas de eremita
Não acredito que alguém entrará no
Seio da pirâmide violará o sarcófago
Para desvendar estas linhas enganosas
Não creio que um dia a luz incidirá
Nesta cova dentro deste sepulcro
Ressuscitará estes ossos fósseis há
Muita terra por cima desta solidão há
Muito chão debaixo destes pés
Quanto mais alta for a montanha
Mais ânimo o solitário tem a subir
A encontrar uma loca para mudar de
Pele a aquietar-se prende a respiração
Por longos períodos assossega as
Batidas do coração o sangue circula
Em marola lenta o corpo em repouso
Completo como se cadáver fosse
Lentamente o espírito fluiu ao
Universo num passeio onde enfim
A solidão é impossível
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