Perdi o teu rosto fitava-o tão
Infinitamente para não perdê-lo
Acabei por não escupi-lo no mármore
De carrara da minha mente
Não aproveitei as tuas lágrimas
De sangue não teci teu rosto
No linho mais nobre do Egito
Era meu sonho de escultor era
A minha arte de tecelão era a
Minha obra de artesão fazer
Do lençol em que vives enrolado
Também um santo sudário mas
Desviei o olhar alguma outra sombra
Mais súbita chamou-me a atenção
Num descuido esvaiu-se o
Infinito perdi o teu rosto no universo
És o único louco que tenho de predileção
És a única loucura de estimação que gosto
De sentir quero consagrá-lo quero
Abençoá-lo mas vem um vento bate a
Porta do quarto com estrondo bate a
Janela com força num piscar de olhos
O que era infinito diante de mim
Desmorona-se como espuma nas
Escarpas imploro outra pedra para
Sentar um bloco para trabalhar teu
Rosto recomeço o serviço faço um
Plantio novo de algodão para o linho
Nova fixação infinita desta vez
Não posso deixar teu rosto morrer
Dentro de mim não quero máscara
Mortuária quero eternizá-lo vivo
Esmerilhar neste rosto o meu olhar
Gastar nele toda a minha visão
Até que vier a cegueira da razão
Nenhum comentário:
Postar um comentário