Todas as portas sim todas as portas
Portais portões portarias todas as
Janelas cortinas janelões fechados
Ai que falta me faz uma abertura uma
Fenda numa rocha uma fresta que
Importa um sentido de percepção
Um universo de razão ai quem me
Dera florisse a intuição uma orquídea
Uma flor mais rara nos cumes do
Meu coração é que só sei dizer
Estas coisas que todo mundo diz
Não uso a linguagem dos animais
A comunicação da natureza os
Balidos das constelações já não
Sensibilizam meus ouvidos as
Galáxias quando pegam corridas
Não animam a minha torcida um
Buraco negro fechou-me no
Passado sugou-me as tripas os
Filtros dos rins entupiu-me os
Canais intestinais meus ossos
Secaram a medula a seiva os
Tutanos um vitral pode até ser
De capela medieval mas que
Deixe passar um fiapo de luz
Preciso fingir de vivo preciso de
Um naco de carne viva fresca o
Sangue a escorrer um talho
Meifingueiral um corte de
Magarefe algo que abra alguma
Coisa algo que flua pois o
Meu ser está exasperante
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