Impressionante é como não impressiono
Nem a mais rasteira das relvas que
Margeiam os caminhos estou vestido
De grife da moda com marca de nome
No mercado passei pela flor a flor
Não virou-se na haste para olhar-me
Nem balançou o caule quando passei
Reluzente ignorantemente ignorado
Pelo universo habitado desabitado
Não abalei as folhagens as ramagens
Das árvores pensava-me o tal agora
Sim serei aceito de novo nem o
Capim olhou para mim virei transparente
Invisível? as coisas não enxergam-me
Não notam minha presença? a borboleta
Desviou o voo dela a evitar-me a
Mariposa não pousou nem na soleira
Da minha porta toda a minha vaidade
Lançada por terra toda a minha ambição
Lambida pela lava do vulcão orgulhoso
Meu coração fechou-se inda mais coração
De faraó sarcófago inviolável as
Pragas o azar apareceram uma por uma
Em minha vida pragas ruins daquelas
Que pegam não saem mais nem com
Rezas bravas a única que poderia fazer
Alguma coisa seria a minha avó que
Era rezadeira aquela quando rezava
Quando tomava umas até o tempo
Fechava com jeito de chuva dela
Herdei as bebedeiras mas as rezas não
O que não sei fazer é rezar tal a
Minha avó que só mexia com a boca
Num furo no canto dos lábios não
Deu para decorar as suas rezas bravas
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