Vem aí a saideira a galope
Nos ventos vem a dançar comigo nas falésias
A correr pelos vales os câniones nos esperam
Saibamos chegar às pradarias escalar
Os paredões nus cantar nos ninhos
Das águias mais reais vem ali a todo
Vapor a locomotiva quer chegar primeiro
Do que sou aonde meus pensamentos já
Chegaram os ventos envolvem-me em festas
Somos velhos conhecidos amigos estamos
A bailar juntos nas pontas dos pés não
Tenho mais o sorriso branco doutrora
Os ossos ficaram encardidos as carnes
Desencarnadas não foram mais encarnadas
Por outras carnes mais encarnadas voamos
Juntos ousei pousar numa audácia que
Não era a minha não ralhes comigo
Sou assim voo baixo um pouco mais
Alto vem vertigem a viagem encurta
Caio no mar em curtas ondas chego às
Praias as areias cobrem-me cada grão
É um poro não posso respirar espirro
Liberto um soluço salutar chego às
Pedras o vento vem buscar-me não desiste
De mim quer brincar quer dançar
Vem lá a saideira é uma nuvem
Branca a solitária no céu azul no
Firmamento os rostos recolheram-se
Narciso onde vou refletir o meu? não
Quero um espelho espelho é para os mortos
Sou um espírito espírito se reflete
Só nos galopes dos ventos selvagens
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