Esfregas a minha cara com essa lasca de pedra
Lascada para clareá-la areias a pele do meu
Corpo com essa areia monazítica para
Energizá-lo preciso de brilho de combustão
Comestível combustível ou não ressuscitarei
Das cinzas vulcânicas nem libertarei os
Gigantes aprisionados nas lavas depois que
Esfriam ralas minhas nádegas nesse lajedo
Donde há tempos a água parou de correr
Qualquer dor por menor que seja faz um
Cadáver existir ou qualquer defunto parecer
Um vivo descarnas tira por tira das minhas
Carnes fibra por fibra dos meus músculos
Deixas meu esqueleto nu tiras o sorriso
Eterno da minha caveira não mereço rir
Sorrir gargalhar nem mesmo quando estiver
Vivo no final deixas a minha ossada sob
A luz do luar à beira-mar para a água do
Mar poder banhá-la para quem olhá-la
De longe numa ilusão de ótica exclamar lá
Está um esqueleto a nadar por isso jogues-me
De joelhos ao chão firas-me as rótulas os
Tornozelos cortes-me os calcanhares com
Cacos de vidro raspes-me as solas dos pés
Quero andar sem as solas nos braseiros dos
Desertos lamber com a língua brasas vivas
De zimbro ferir meus lábios com setas
Agudas do valente não pararei de mentir
De fingir ou de propagar a verdade enganadora na
Minha angústia as rochas não ouvirão o meu clamor
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