Por que não ousaste em vida? não ousei pois
Não era de mim ousar retraia-me contrátil
Ao primeiro não qualquer empecilho
Fazia de mim um asilo um albergue
Ou um mosteiro dos monges mais
Fechados avessos ao mundo poderias
Ter usado de audácia um pouco de
Risco faz bem a alguém não usei
Não cabia em mim a audácia a
Ousadia a fé querias ser poeta hein?
Pedias-me obras-primas imploravas-me
Por obras de arte como poderia fazer de
Ti um poetas? se eras covarde medroso
Não tentavas nada nunca não aprendias
Não ensinavas quem quer ser poeta tem
Que ser destemido determinado cheio
De fé ousadia audácia grande coragem
Plena determinação sei disso em
Vida não possuía esses epítetos era muito
Estúpido ignorante discernimento
Percepção intuição noção razão raciocínio
Ética nada disso habitava o meu coração
Te conheci muito bem em vida agora
Jaz aqui morto nada mais posso
Fazer não há como resgatar-te não há
Como revelar-te ao mundo à humanidade
Procuras um cantinho por aí ficas na
Tua esqueças esse negócio de antologia
Poética aqui no limbo ninguém liga
Para isso todas as tuas oportunidades
Tiveste em vida agora fantasma
Espírito replicante por mais que queiras
Que eu mande em teu nome
Obras-primas obras de arte literárias
Para serem psicografadas quando verem
Que estão no teu nome infelizmente
Médium nenhum quererá psicografá-las
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