Na janela um violão toca um blues
Num corpo envolto numa toalha a
Moça distraída observa a lua espera
Para cantar a boca já entreaberta na
Boca da noite a prantear é a saudade
Que mata o peito é a vontade de
Voltar de ir embora parar de chorar
Acalanta essa criança perdida órfã
De pai mãe sem seio para morar
Coração para aprisionar mão para
Segurar a alegria flui sem elegância
Destar que um dia clareia a sombra
A porta abre no chão sobe ao céu
Uma raiz desce uma semente à terra
Germina um santuário soluça uma
Canção suspira um desejo almeja
Um embrião de grão em grão
Forma-se um sólido soma esperança
Dum destino um sonho de menino
Ninguém se calará sobre o corpo
De ninguém ou consentirá a morte
Vã não faltarão motivos tijolo por
Tijolo no alicerce da construção
Pedra sobre pedra da montanha
Subirão para outras montanhas
Que nascerão das montanhas
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