Há tanta gente no mundo a fazer coisa legal
Imagina então no universo como deve estar
A pulular de seres a quebrar foça de gravidade
Sem instrumentos a criar horizontes a causar
A felicidade sem olhar a cara de quem há
Tanta gente a gostar a gozar a viver que
Chega-se nem pensar noutra coisa não
Querer fazer mais nada não querer fazer o
Mal que o bem nem é necessário há tanta
Gente na fauna na flora a perder tempo que
O tempo fica até com vergonha de passar
Diante dessa gente quando passa passa de
Costas a gente se sente imperceptível
Anônimo incólume invisível que não faz
Nem falta quando deixar de existir na
Inexistência onde pensa que existe se faz
De surda não escuta os uivos dos ventos
Cega não enxerga a linha do horizonte
Muda não canta um canto de passarinho
Depois reclama que é infeliz que é doente
Desgraçado miserável reles mortal a querer
A imortalidade não pode contra si mesma
Quer ir de contra toda a própria natureza
Desprezada pela morte um Caim sem sorte
Sem azar marcada de sinal a comer poeira
Pelas beiras dos caminhos abominável gente
Do pó do barro de barrela da lama de
Sangue venoso do lodo do pântano de
Lágrimas de fogo fátuo cadavérico
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