Agora não estou bom estou a ter uma daquelas crises de nervos
Daqui a pouco pego estas porcarias rasgo tudo jogo no olho da
Rua que merda também será que nunca vou viver estável? vou ser
Sempre este monte de entulhos de decepções? é uma bosta
Mesmo isto tudo é uma bosta mesmo isto tudo aqui não me resta
Mais nada nesta vida não consigo cantar não consigo beber nem
Comer nem fumar sinto só uma surdez uma pressão na cabeça
Um peso no estômago um sentimento de culpa de existência um
Daqueles sentimentos que dão caganeira diarreia um daqueles
Sentimentos que a gente sente pelo menos depois dum porre
Por falar em porre não sei se me lembro de todos os meus porres
Tive porres memoráveis nesta minha vida não posso negar desde
Cedo menino ainda já lá estava a tomar os meus porres se não
Morri de porre ou de consequência dum porre foi por que Deus
Não quis não existiu um lugar por onde passei que não deixei
Minha marca beber era comigo bebia de ficar bêbado sem escolher
Hora da noite ou do dia parava o trânsito brigava mexia com mulher
Doutros quebrava coisas na rua vomitava cuspia bebia avançava
O sinal na frente dos carros arranhava os carros estacionados nas
Calçadas jogava latões de lixo no meio da rua derrubava placas
Luminosos derrubava postes de sinalizações separava brigas
Levava chutes no saco mijava no meio da rua derrubava bebida
Nas calças parecia que estava mijado mijava nas calças cantava
Dançava fumava ficava até amanhecer o dia na bebedeira gastava
Todo o dinheiro ficava a dever bebia fiado não pagava fazia arruaças
Fazia bagunças perturbava a ordem pública não respeitava a lei do
Silêncio era molhado com água jogada dos edifícios perambulava pelas
Ruas a caçar um bar para beber mais era demais era de morte meus
Homéricos porres entraram para a história todo lugar que chegava fazia
As minhas estrepolias espantava as mulheres acabava com as festas
Terminava jogado ou caído num canto qualquer sem saber como tinha ido parar ali
Nenhum comentário:
Postar um comentário