sábado, 31 de março de 2018

Morte; Varanda da Marechal Marques Porto, 31, Tijuca; RJ/SD; Publicado: BH, 050902012.

Morte
Não tenho medo de ti
Não tenho um pingo de medo de ti
O dia que me quiseres
Podes me procurar
Podes me levar
Não vou fugir de ti
Nem vou me esconder
Morte
Até te pergunto
Porque é que
Não me levas duma vez?
Porque é que
Não morro duma vez?
Mata-me logo
Acabas comigo
Duma vez por todas
Morte
Enfrento-te
Cara à cara
De olhos abertos
Sem vendas nos olhos
Não tenho medo de morrer
Não tenho um pingo de medo de morrer
Morte
És a única coisa certa
Que vai acontecer comigo um dia
Então porque hei de temê-la?
Não, morte
Não te temo
Espero-te
A qualquer momento
A qualquer horas
É só estenderes a tua foice
Decapitar o meu corpo
Vais matar a minha matéria
As minhas substâncias abjeções
A mim mesmo não vais matar
Por isto que não tenho medo de ti
Por isto que não corro de ti
O dia que me quiseres
Podes vir me buscar
Vais levar meu soma
Tenho toda a certeza
Mas a mim não podes levar

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