O ser que mais se diz poeta é então
Justamente o que não o é sou um ser
Que não me digo poeta espero que a joaninha
A flor a borboleta a verdadeira poesia viva
Digam para mim se sou poeta ou não deixo
Espero que o beija-flor o joão-de-barro o bem-te-vi digam
No dia-a-dia se sou poeta ou não espero
Pela lagarta o calango a formiga espero
Pelo besouro o cachorro o gato a tanajura
Algum dia dirão se sou poeta ou não
Busco a árvore as plantas o sereno o
Orvalho a brisa a garoa a névoa a viva poesia viva
Um fac-siímile duma obra-prima natural
A reprodução exata dum escrito que virá
Se transformar numa obra de arte um desenho poema
Do universo uma pintura real duma nova
Realidade todos os fac-símiles possíveis das
Coisas mais impossíveis neste fac-similiar de
Não sei o que que tento deixar para não
Sei quem penso em imprimir tantos
Fac-similares para se transformarem em cultura
Não sei se seria conveniente um fac-similado
Assim impresso num jardim como um facote instrumento
Cirúrgico para raspar ossos ou alargar certas
Fraturas alguma utilidade terá aqui
No universo ali para facultar no seio
Da humanidade uma nova identidade
Para conceder ao ser humano uma outra
Oportunidade de ser feliz para facilitar
Que a raça humana atinja um teor mais
Elevado cada um passe a se pôr mais
À disposição um doutro quero proporcionar
Poesia prestar alegria oferecer um antídoto
Contra a alergia que alguns têm de viver
Cada um precisa a ser facultativo
Com o outro é bom aquele que dá a
Faculdade o poder de atingir a liberdade
Que se faça alguma coisa ou não
Pois que não é obrigatório é como ver um
Médico que exerce a medicina não possuo o
Dom da facúndia nem tenho a facilidade
De discursar não nasci com eloquência nem
Com loquela com facundidade nada tenho
Em mim de facundo do eloquente que
É destro no falar porém não vou me fadigar
Na busca da poema não quero me fatigar
Nada irá me afadigar me cansar neste dilema de
Encontro meu com o meu sonho quando
O pensar tornar-se fadigoso sofro fico triste só em pensar
Se na minha cabeça percebo que há fadiga tudo é
Feito com pensamento cansativo estafante choro
Torno-me um fadista lamentoso um tocador
Cantador de fados nostálgicos saudosos pois
Coisa fácil é se passar por desordeiro rufião
Por pessoa que se entrega à vadiagem na fadistagem
Com classe vida de fadistas não deixa de ser
Poesia poema vide Faetonte desde o tempo dele que
Era filho de Apolo isto é do Sol de Climene filha
Do Oceano a dirigir o carro de fogo do seu pai queimou
Parte da terra a África a poesia resiste ao tempo
O mesmo não aconteceu com a carruagem aberta de
Quatro rodas que aos dias de hoje não é lembrada mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário